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Rebeldes aceitam abandonar Alepo, entre relatos de execuções sumárias

13 dez, 2016 - 19:28

Os últimos opositores armados do regime terão direito a salvo conduto para sair da cidade síria, podendo levar consigo as suas famílias. Restantes civis têm liberdade para ficar na cidade, mas alguns temem vinganças do regime.

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Rússia declara fim dos combates em Alepo. EUA perguntam: "não têm vergonha?"
Rússia declara fim dos combates em Alepo. EUA perguntam: "não têm vergonha?"

A batalha por Alepo, uma das mais importantes de toda a guerra civil da Síria, chegou definitivamente ao fim, com um acordo de cessar-fogo que permite aos opositores armados que restam sair, juntamente com as suas famílias, para território nas mãos de rebeldes fora da cidade. Essa evacuação deve acontecer nas próximas horas, segundo um oficial russo.

De acordo com um porta-voz rebelde, citado pela Reuters, o acordo foi alcançado em negociações entre a oposição e a Rússia. A Turquia, que tem apoiado a oposição síria, também terá estado envolvida nas negociações e muitos dos militantes que agora abandonam Alepo deverão ser integrados em grupos armados directamente dependentes de Ancara.

A Cruz Vermelha já se mostrou disponível para colaborar nas operações de evacuação e de assistência a civil. "Se nós descobrirmos que os princípios humanitários básicos estão garantidos, no sentido de haver garantias de segurança para a evacuação de civis e que aqueles que continuam naquelas zonas estão seguros, e se todos estiverem de acordo, estamos dispostos a agir como intermediários nesta evacuação e na assistência aos civis que precisem. Esta noite estamos a preparar planos de contingência para podermos agir com rapidez", disse a porta-voz Krista Armstrong à Renascença.

Não há números certos, mas serão cerca de cinco mil, entre militantes e suas famílias, que abandonarão Alepo, ao abrigo do acordo alcançado esta terça-feira. As negociações já tinham permitido pôr fim aos bombardeamentos aéreos esta madrugada, embora os combates terrestres tenham continuado.

“Ontem à noite houve negociações com a Rússia, a primeira coisa que foi acordada foi o fim dos bombardeamentos hoje, e eles pararam esta manhã, mas os conflitos continuaram. Actualmente está a ser discutido um cessar-fogo, que deve ser acordado esta noite”, afirmou um representante dos rebeldes à Reuters.

O acordo prevê apenas a retirada de combatentes e familiares, contudo. O regime sírio diz que os civis que estavam em território rebelde, grande parte do qual já foi reconquistado pelas forças leais a Damasco, têm liberdade para permanecer na cidade, mas muitos, sobretudo aqueles que publicamente apoiaram a revolta, temem actos de vingança por parte dos militares sírios ou das milícias aliadas, incluindo o Hezbollah e grupos xiitas do Irão, do Iraque e até do Afeganistão.

Nas últimas horas, segundo relatos de funcionários da ONU citados pela Reuters, terão sido fuzilados sumariamente cerca de 82 civis, incluindo algumas mulheres e crianças, por parte das forças do regime. São dados, contudo, que carecem de confirmação oficial.

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  • Esteves
    14 dez, 2016 Ribeira 07:30
    É uma vergonha o que se está a passar. O mundo está com um problema chamado Daesh, e agora o ditadorzeco da Siria anda entretido a combater a oposicão. Devia era levar com um tiro entre os olhos e deixar lutar pelo país quem realmente se interessa por ele.
  • Gonçalo Pena
    14 dez, 2016 Lisboa 06:28
    É difícil descobrir sites independentes para saber o que se passa. A BBC está uma vergonha, tal como o Guardian. O the Independent lá vai tentando equilibrar. Sigo o al-masdar news, libanês, a southfront.org, que parece orientada para Moscovo. O regime sírio é autoritário, é um facto, mas é o garante de estabilidade na região, após a bandalheira criada pelos EUA no Iraque, ao serviço de Israel. Não há nenhum jornal em Portugal com um jornalismo credível sobre assuntos do médio oriente. É uma pena e uma vergonha.
  • António Costa
    14 dez, 2016 Cacém 00:49
    "....agora abandonam Alepo deverão ser integrados em grupos armados diretamente dependentes de Ancara..." e antes dependiam de quem? Evidentemente que os abastecimentos para os grupos sunitas que combatem Assad vem e sempre vieram da Turquia! A Turquia é o "santuário" dos grupos terroristas presentes na Síria. Se os grupos terroristas se chamam "Estado Islâmico" ou Frente Al-Nusra é irrelevante. A CIA continua nos "anos 80" a apoiar em armas e dinheiro os mandantes do terrorismo islâmico, como se o fim da URSS ou o 11 de Setembro nunca tivessem existido!
  • Martins
    13 dez, 2016 Évora 22:14
    Miséria da informação. Na televisão RT podemos ver pessoas a celebrar a chegada do exército sírio e os jornalistas dizem, é mesmo verdade, que a alegria não será geral em toda a população dado que ali foi o berço da rebelião contra Assad.. Na vossa notícia a única coisa que cabe são dados antigovernamentais, mesmo que a notícia termine desautorizando os relatos de execuções. Propaganda ou informação? Vá lá que pelo meio ainda confessam uma verdadezinha incómoda, mas en passant claro, porque é coisa que não se pode publicitar em país que se digne pertencer à NATO: a Turquia tem sido um patrocinador da guerra civil. Valha-nos ao menos essa esmola para a verdade...
  • Mambo
    13 dez, 2016 Chaves 22:08
    Bachar al-Assad é o líder de um regime não democrático com o qual não concordo, mas atendendo ao estado em que a Siria está, parece ser o único ator capaz de acabar definitivamente a guerra e devolver alguma ordem e estabilidade aos sírios. Mais nenhuma grupo conseguirá dar essa esperança. Esta possibilidade de fuga, num momento em que o cerco parecia ser fatal para os rebeldes, parece mostrar que a lógica militar foi posta de lado para privilegiar alguma reconciliação. Aparentemente, Bachar al-Assad abdicou de cortar a cabeça à serpente, confiando que não vai acabar mordido por ela.
  • Antonio Costa
    13 dez, 2016 Belas 22:06
    Tem muita razão "JP"isto não passa de mais uma noticias fabricada pelos lacaios da CIA. A irmã cristã,Guadalupe, freira, da congregação de Allepo foi clara não existem nenhuns rebeldes mas tão só terroristas e mercenários a soldo da CIA e autorizados pela Turquia para fazerem isto tudo. E como bem diz o general Sírio ou se rendem ou são mortos e nada mais..E o Exercito Sírio não confunde crianças com terroristas ou mercenários como fazem fazer crer. São uns trastes estes pasquineiros que aqui escrevem e não passam de mercenários.
  • JP
    13 dez, 2016 Cegões 21:33
    Duas correções nesta prosa tendenciosa. 1 Não é regime sírio mas sim GOVERNO SÍRIO. 2 Não são rebeldes são TERRORISTAS. De resto não comento prosas tendenciosas e pouco isentas.

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