14 dez, 2016 - 16:10
O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, admitiu ter matado suspeitos de actividades criminosas quando era autarca em Davao.
“Em Davao eu costumava fazê-lo pessoalmente, só para mostrar aos rapazes [à polícia] que, se eu conseguia, eles também podiam”, disse o polémico chefe de Estado durante uma reunião com empresários.
Rodrigo Duterte contou que costumava andar de motorizada pelas ruas da cidade, “a patrulhar as ruas e à procura de problemas”.
“Eu estava à procura de um confronto para poder matar”, confessou publicamente o Presidente das Filipinas.
Horas depois destas declarações, Rodrigo Duterte voltou ao tema para garantir que não é um assassino.
Duterte foi durante duas décadas autarca de Davao, no sul das Filipinas, onde ganhou a reputação ter mão pesada contra o crime e de, alegadamente, apoiar esquadrões da morte.
O Presidente nega ter dado apoio a estes grupos que actuam à margem da lei.
Desde que Duterte tomou posse, a 1 de Julho deste ano, mais de duas mil pessoas morreram em operações contra o tráfico de droga. Outras três mil pessoas foram assassinadas por grupos de vigilantes.
As Filipinas cancelaram uma visita ao país de uma relatora especial da ONU que está a investigar os assassinatos extrajudiciais cometidos no âmbito da guerra contra a droga, anunciou esta quarta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Segundo Perfecto Yasay, a ONU não pode prosseguir as suas investigações porque a relatora especial, Agnes Callamard, não aceitou as condições impostas pelo Governo de Manila.
[título corrigido às 21h02]