20 dez, 2016 - 07:07
Veja também:
O Governo admite tratar-se de um "ataque deliberado" no mercado de Natal, que matou 12 pessoas e feriu 48. Esta manhã, o ministro ministro da Administração Interna disse ao canal público alemão ZDF que há muitas razões para se pensar que se tratou de um atentado, mas preferiu não utilizar esse termo para descrever o ocorrido.
“Os nossos investigadores assumem que o camião foi deliberadamente lançado contra a multidão, no mercado de Natal, em Breitscheidplatz”, lê-se na conta oficial da polícia alemã, na rede social Twitter.
Na mesma rede social, a polícia informa ainda que todas as medidas “relacionadas com este possível ataque terrorista estão a ser tomadas com a devida brevidade”.
EI reivindica atentado
O jornal "Washington Times" avança que o atentado foi reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas até ao momento não surgiu nenhuma indicação nos canais habitualmente usados pelo grupo terrorista.
As autoridades alemãs já detiveram uma pessoa que será, ao que tudo indica, o condutor do camião. O homem terá entrado no país como requerente de asilo, em Fevereiro deste ano.
Segundo avança a edição online do britânico "The Mirror", o detido será um cidadão paquistanês de 23 anos, que já seria conhecido da polícia e teria registos criminais por pequenas ofensas.
O homem terá chegado ao país no final do ano passado, através da cidade austríaca de Passau, que faz fronteira com a Alemanha.
Um dos maiores receios das autoridades é que este ataque aumente o sentimento negativo face aos migrantes e refugiados que se encontram na Alemanha.
Operação em Berlim
Na sequência deste ataque, as autoridades estão a levar a cabo um raide num campo de refugiados.
As forças especiais de polícia entraram no extinto aeroporto de Tempelhof, que agora serve como centro de acolhimento.Existem suspeitas que o condutor do camião e principal tenha entrado na Alemanha como refugiado e tenha estado neste local.
Foi também encontrado um corpo no interior da viatura, tratando-se de um homem de nacionalidade polaca que seguia no lugar do pendura. O camião em causa tinha saído da Polónia com um carregamento de vigas de aço. O seu destino era Berlim, mas a carga só ia ser entregue esta terça-feira.
A secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas está a acompanhar o caso. De acordo com os números oficiais, em Berlim residem pelo menos 3.500 portugueses, mas até ao momento, não há conhecimento de que algum cidadão nacional entre as vítimas.
O
ataque aconteceu na praça Breitscheidplatz, junto à igreja do Kaiser Guilherme,
onde decorria esse mercado de natal. Um dos locais para os quais as autoridades
alemãs tinham sido informadas da possibilidade da ocorrência de um
atentado.
Testemunhos de medo e choque
O ataque aconteceu na praça Breitscheidplatz, junto à igreja do Kaiser Guilherme, onde decorria esse mercado de natal. Um dos locais para os quais as autoridades alemãs tinham sido informadas da possibilidade da ocorrência de um atentado. A agência Reuters ouviu algumas testemunhas no local.
“Estou com muito medo. Porquê? Porque eu não sei se posso continuar a sentir-me seguro em Berlim. Como é que me posso sentir seguro? E como posso continuar a confiar nas pessoas e na segurança? Já não posso”.
“Estou chocado. Mas nestes dias tenho de dizer que isso se tornou parte do quotidiano: nós vemos cenas destas nas notícias todos os dias e há sempre pessoas a morrer. Em Alepo ou aqui na Alemanha”.
“Costumo estar aqui quase todas as noites. Só hoje é que fiz um turno mais tarde. Isso é sorte, certo? Bem, eu desejo o melhor a toda a gente. Agora temos de ver o que vai acontecer”.
“Eu estava na entrada do mercado de Natal quando de repente ouvi um barulho muito forte e fui atirado para o chão por uma banca que caiu. Só depois é que percebi que estavam muitas pessoas no chão que já não se mexiam”.