30 dez, 2016 - 10:37
Afinal, a Rússia não vai expulsar nenhum representante diplomático norte-americano. "Não vamos expulsar ninguém", disse o Presidente russo Vladimir Putin, em comunicado, citado pela agência Reuters.
Putin refere-se à proposta apresentada horas antes pelo chefe da diplomacia de Moscovo. Sergie Lavrov propunha a expulsão de 35 diplomatas norte-americanos, como retaliação contra Washington, depois de os Estados Unidos terem aprovado um pacote de sanções à Rússia, na sequência da acusação de interferência de Moscovo nas eleições presidenciais norte-americanas.
A agência Reuters garante que o presidente russo vai esperar pela tomada de posse do Presidente eleito, Donald Trump, e avaliar a sua actuação, antes de tomar qualquer decisão.
Também o primeiro-ministro russo já falou sobre o assunto. Dmitry Medvedev lamentou, numa publicação feita na sua conta da rede social Facebook, que Obama termine a sua administração num clima "anti-Rússia".
Obama promete mais sanções
A Administração Obama anunciou na quinta-feira que decidiu expulsar 35 diplomatas russos e encerrar duas instalações russas em Maryland e Nova Iorque, onde estavam, alegadamente, a ser realizas actividades secretas por parte de elementos ligados à Rússia. Foram dadas 72 horas aos diplomatas russos para abandonar os Estados Unidos.
O Presidente Barack Obama afirmou que haverá "novas e variadas sanções", que serão divulgadas mais tarde e entrarão em vigor quando os Estados Unidos entenderem.
Obama, que já tinha deixado a ameaça de avançar com sanções contra a Rússia depois de os serviços secretos norte-americanos terem alegadamente confirmado que a Rússia interferiu no acto eleitoral norte-americano através de ataques informáticos para beneficiar Donald Trump.
Obama considera que agir contra a Rússia é a "resposta necessária e apropriada aos esforços tidos para prejudicar os interesses norte-americanos e em violação das normas internacionais de comportamento".
O Presidente norte-americano não tem dúvidas. "Este ataque informático só pode ter sido dirigido por altas figuras da administração russa" e promete que o FBI e o Ministério da Segurança Interna vão divulgar provas da interferência russa, incluindo um relatório ao Congresso.
O líder norte-americano reforçou ainda que os diplomatas norte-americanos na Rússia têm sofrido um "nível inaceitável de assédio por parte dos serviços de segurança e da polícia" no último ano e pede aos aliados para estarem juntos e preparados para a política russa que está a tentar minar normas internacionais.
Na primeira reacção russa, o presidente do Comité de Relações Internacionais da Câmara Alta na Rússia disse que esta decisão norte-americana é o "último suspiro de um cadáver político".
[Notícia actualizada às 13h10]