11 jan, 2017 - 00:01
A onda de frio que atinge a Europa já deixou 83 mortos em dez países nos últimos dias. Pelo menos 44 pessoas morreram de hipotermia entre segunda e terça-feira. Antes, no fim-de-semana, já tinham sido registas 39 mortes. Embora muitos dos países afectados estejam habituados a baixas temperaturas no inverno, a situação é pouco comum por exemplo nas Balcãs, onde os meteorologistas indicam que os termómetros estão entre 10 e 15 graus mais baixos do que o habitual para esta época.
De acordo com a Cruz Vermelha, 24 pessoas morreram no leste da Ucrânia e outras 10 na Bielorrússia. Na Sérvia, foi contabilizada uma morte por hipotermia, e na Bulgária quatro sem-abrigo morreram. Também foram registadas mortes na Albânia e na Croácia.
Além destes países, a onda de frio deixou mortos durante o fim-de-semana em Itália, Polónia, Grécia, República Checa e Rússia.
A Itália, onde oito pessoas morreram devido ao frio, continua em alerta, e as autoridades fecharam várias escolas no sul e no centro do país, como resultado de neve, gelo e baixas temperaturas.
A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) está preocupada com a situação dos refugiados. De acordo com um comunicado do director da organização na Europa, Simon Missiri, as pessoas em acampamentos são os que estão em maior risco, assim como os sem-abrigo e idosos.
Já a organização Médicos Sem Fronteiras relata que milhares de imigrantes ilegais e refugiados estão presos pelo frio e neve em acampamentos mal adaptados para o inverno na Grécia e nas Balcãs.
No sul da Sérvia, onde as temperaturas desceram abaixo dos 20ºC negativos, morreram de frio um homem de 88 anos e o filho de 64 na localidade de Duga Poljana.
No leste do país, a televisão sérvia, RTS, relatou a história de um homem que caiu num buraco profundo, do qual não foi capaz de sair durante dois dias, sobrevivendo a temperaturas inferiores a 20ºC negativos. Socorrido, por fim, por um vizinho, este homem, cuja idade não foi revelada, foi internado.
A navegação no Danúbio foi suspensa até nova ordem, por causa dos pedaços de gelo que se formaram no rio e os portos no Mar Negro foram encerrados por causa dos fortes ventos.
Na Grécia, um navio da Marinha de guerra deveria sair de Atenas esta terça-feira à noite para a ilha de Lesbos, para acolher centenas de refugiados e migrantes que aí vivem em tendas, depois das quedas de neve nos últimos dias.
A embarcação pode "receber 500 pessoas" que estão a viver em condições miseráveis, afirmou o porta-voz da marinha de guerra, vice-almirante Spyridon Pollatos, à agência noticiosa AFP.
[notícia actualizada às 13h30]