08 fev, 2017 - 14:26 • Dina Soares
O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) de Espanha deu parecer positivo à reabertura da central nuclear de Garoña, em Burgos, encerrada desde 2012 por falta de condições de segurança.
O pedido para a reabertura da central foi entregue em 2015 pelas duas principais accionistas, a Endesa e a Iberdrola e obteve resposta positiva esta quarta-feira.
A notícia está a ser avançada pelo jornal “El Pais”, que revela que na altura o CSN respondeu que não poderia emitir parecer sem que se realizassem algumas obras, nomeadamente, a instalação de um novo sistema de tratamento de gases de reserva e a mudança do sistema eléctrico.
Apesar de estas obras não terem ainda sido efectuadas, o parecer foi positivo e segue agora para o Ministério da Energia, em Madrid, que tem seis meses para tomar uma decisão. No entanto, a planificação energética do Governo para 2015/2020 já inclui a central de Garoña.
A decisão do CSN está a ser criticada pelos partidos da oposição. Citada pelo “El Pais”, Melisa Rodríguez, do Cidadãos, considera que esta decisão “está a abrir um precedente para as restantes centrais nucleares”. Uma opinião partilhada por Pilar Lucio, do PSOE.
Na verdade, Garoña é uma pequena central que, no seu último ano de laboração, produziu apenas 6% da electricidade proveniente da energia nuclear. A sua reabertura – caso venha a ser confirmada pelo Governo – vale como antecedente para a renovação da licença da central de Almaraz, a mais produtiva de toda a Espanha.
Prevê-se que em Maio, a central de Almaraz, a mais antiga de Espanha em laboração, entregue o pedido formal para a renovação da sua licença de funcionamento, que termina em 2020. Os seus proprietários querem mantê-la a funcionar por mais 10 ou mesmo 20 anos. Foi para isso que solicitaram e foram autorizados a construir um armazém de resíduos radioactivos.
O processo está a ser muito contestado, tanto pelos ambientalistas como pelas autoridades portuguesas, já que a central de Almaraz se encontra a 100 quilómetros da fronteira portuguesa. O Governo português considera que o estudo de impacto ambiental não teve em conta os impactos transfronteiriços e apresentou uma queixa formal junto da Comissão Europeia, que tem agora três meses para se pronunciar.