10 fev, 2017 - 08:23
Depois de mais de 10 horas, terminou sem acordo a reunião que se prolongou até de madrugada entre o governo do estado de Espírito Santo e as mulheres dos polícias em protesto há quase uma semana.
Reivindicam aumentos salariais, mas como não podem fazer greve foram as famílias a bloquear os aquartelamentos onde se encontram, impedindo-os de sair.
O governo estadual, através do secretário dos Direitos Humanos, garante que não pode subir salários. “Há uma barreira legal”, diz Júlio Pompeu, em declarações à rádio CBN, alegando dificuldades financeiras e a apertada vigilância das autoridades financeiras.
“Faço um último apelo à tropa, um último apelo à Polícia Militar do estado do Espírito Santo: em nome da honra do que resta saiam às ruas, voltem às actividades, voltem ao combate ao crime”.
Contudo, no fim da reunião, Fernanda Silva, que representa as mulheres dos militares em protesto, lembrou que os salários não são revistos há sete anos e que o protesto vai continuar: “nenhum polícia sai”.
A situação em Espírito Santo está a preocupar o governo de Michel Temer, que receia que a situação possa repetir-se noutros estados brasileiros.
Número de mortos sobe
Desde que o protesto começou já morreram nas ruas 113 pessoas. As escolas, centros de saúde, estações de autocarros e a maioria do comércio estão encerrados, por receio de novos e violentos assaltos.
O Governo federal já enviou para Vitória, a capital do estado, mais de 1.200 militares para tentar controlar a situação (e promete reforçar com mais 650), mas a situação de caos nas ruas permanece.
Quebras nas vendas e saques também provocam avultadas perdas no comércio. José Lino, presidente da Federação de Comércio daquele estado, estima um prejuízo de 50 milhões de reais por dia, cerca de 15 milhões de euros.