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“Crise invisível”. Um milhão de crianças precisa de ajuda na Ucrânia

20 fev, 2017 - 11:47

Unicef apela às partes envolvidas no conflito que retomem os seus compromissos relativamente ao cessar-fogo assinado em 2015 e que respeitem a legislação humanitária internacional.

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Um milhão de crianças precisa urgentemente de ajuda humanitária na Ucrânia, quase o dobro do ano passado, devido aos três anos de conflito no país, alerta a Unicef.

De acordo com a nota do Fundo das Nações Unidas para a Infância, este aumento, que se traduz por um acréscimo de 420.000 raparigas e rapazes, deve-se aos confrontos constantes e à rápida deterioração das condições de vida no leste da Ucrânia.

Nos três anos de guerra civil, rebeldes pró-russos enfrentam as forças governamentais no leste da Ucrânia.

A agência da ONU apelou a todas as partes para que retomem os seus compromissos relativamente ao cessar-fogo assinado em Minsk em Agosto de 2015 e para que respeitem a legislação humanitária internacional, incluindo o acesso do apoio humanitário sem restrições.

A Unicef lançou um apelo de 31,3 milhões dólares (29,5 milhões de euros) para prestar apoio em matéria de saúde, nutrição, educação, água potável, higiene e saneamento, bem como protecção para as crianças e famílias afectadas pelo conflito.

Até agora, o financiamento conseguido pela agência da ONU cobre apenas cerca de 10% do pedido.

Na Ucrânia estão deslocadas internamente cerca de 1,7 milhões de pessoas, sendo que muitas famílias perderam os seus rendimentos, benefícios sociais e acesso a cuidados de saúde, além de o custo de vida ter aumentado significativamente.

Mundo esqueceu a Ucrânia

"Estamos perante uma emergência invisível, uma crise que, em grande medida, o mundo esqueceu," afirmou Giovanna Barberis, a representante da UNICEF na Ucrânia, citada no comunicado.

Segundo a responsável da agência da ONU, nos últimos três anos, as crianças no leste da Ucrânia têm estado a viver sob a constante ameaça de confrontos e bombardeamentos que podem acontecer a qualquer momento.

"As suas escolas foram destruídas, muitas viram-se obrigadas a abandonar as suas casas e o acesso a bens essenciais, como aquecimento e água, está cortado", declarou Giovanna Barberis.

Violações diárias do cessar-fogo põem em risco a segurança física e o bem-estar psicológico das crianças.

A situação é particularmente grave para cerca de 200.000 raparigas e rapazes que vivem num raio de 15 quilómetros em torno da "linha de contacto" no leste do país, uma linha que divide as áreas controladas pelo Governo e por forças não-governamentais e onde os confrontos são mais intensos, segundo a agência da ONU.

De acordo com a nota, nesta zona, 19.000 crianças estão permanentemente expostas ao perigo das minas e de outros engenhos explosivos não detonados e 12.000 vivem em comunidades que têm sido bombardeadas pelo menos uma vez por mês.

Milhares de crianças recorrem regularmente a abrigos improvisados para se protegerem dos bombardeamentos e estas já registam sinais de perturbações psicológicas, segundo o comunicado.

Mais de 740 escolas, uma em cada cinco no leste da Ucrânia, foram destruídas ou sofreram danos.

Comentários
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  • JC
    20 fev, 2017 charneca da caparica 15:11
    Então a Europa solidária não está a ajudar ? Pensava que sim.
  • gomes
    20 fev, 2017 coimbra 13:52
    E quantas crianças adultos e idosos em necessidade precisam de ajuda em PORTUGAL? até mesmo na nossa própria vizinhança, ajudemos primeiros aos nossos aos nossos vizinhos aos nossos compatriotas, quando nao houver mais pessoas perto de nós em necessidade podemos ampliar o horizonte e olhar mas longe mas se preocupar mais com um ucraniano sírio ou qualquer suposto refugiado e ignorar os que sofrem aqui ao nosso lado, os que nao tem nem para comer ou comprar medicamentos os que vivem nas ruas isso sim, é o cumulo da hipocrisia covardia LOUCURA. A PESSOA SENTIR EMPATIA POR UM ESTRANHO DDISTANTE MAS NENHUMA POR ALGUÉM A MORRER EM DIFICULDADES AQUI AO LADO É O CUMULO DA LOUCURA, DA HIPOCRISIA, INSANIDADE, isso é ser justiceiro social, servir a uma AGENDA pessoal sem nada de empatia real pelo PRÓXIMO, ênfase em PRÓXIMO. já nao me admira que poucos ainda acreditem que dao ouvidos a média tradicional, ja nao servem a nobre causa do jornalismo imparcial, nao tem mais credibilidade, fazem apenas um exercício de regurgitação de propaganda, nao noticias, ou até mesmo noticias falsas
  • KradFire
    20 fev, 2017 12:21
    Porque é que a midia não fala nestas crianças refugiadas? Ah Espera, são brancos e não são muçulmanos? Então que se aguentem.

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