21 fev, 2017 - 17:34
A administração norte-americana pretende contratar mais 10 mil agentes de imigração e de alfândega como parte do projecto para combater a imigração ilegal no país.
O Departamento de Segurança Interna divulgou, esta terça-feira, uma série de documentos que permitem aplicar no terreno as novas directrizes para lidar com os imigrantes ilegais, de acordo com as indicações de Donald Trump.
As novas ordens indicam que qualquer imigrante ilegal que seja condenado por um crime seja expulso do país, endurecendo a prática da Administração de Barack Obama que limitava as ordens de expulsão aos condenados por crimes graves.
Segundo o "The New York Times", as novas orientações aumentam também a abrangência de “expulsões aceleradas” que até agora apenas afectavam pessoas detidas a menos de 160 quilómetros da fronteira, que estivessem no país há menos de duas semanas. A partir de agora poderão ser expulsos de imediato quaisquer imigrantes ilegais que estejam no país há menos de dois anos e em qualquer ponto do país.
As alterações obrigam a um grande reforço de financiamento do departamento de imigração e de mão-de-obra. Para além da contratação de mais 10 mil agentes, a administração quer tirar maior proveito da possibilidade de recrutar agentes policiais para ajudar com casos de deportação, algo que durante a Administração Obama foi utilizado com menos frequência.
É certo que vários Estados e cidades americanas irão continuar a resistir a estas medidas. As chamadas “cidades santuário” são conhecidas por não permitir aos seus agentes policiais colaborar com processos de deportação e detenção de imigrantes ilegais.
Segundo fontes oficiais citadas pelo "The New York Times" as novas regras não alteram a política de tolerância para com crianças e jovens imigrantes, ao abrigo do programa chamado “Deferred Action for Childhood Arrivals”.
Donald Trum fez campanha pelo endurecimento das políticas contra a imigração ilegal e tem cumprido desde que tomou posse. Uma das suas medidas mais polémicas, a proibição total de entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, foi bloqueada pelos tribunais. O Presidente já disse que pretende ir para a frente com o plano de construir um muro ao longo da fronteira com o México.
Calcula-se que existam nos Estados Unidos cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais.