11 mar, 2017 - 21:22
A representação diplomática da Holanda na Turquia está encerrada “por razões de segurança”. De acordo com fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Ancara, citada pela agência Reuters, tanto a Embaixada como o Consulado holandeses estão seladas pelas autoridades, numa altura em que aumenta a tensão entre os dois países.
Este sábado foi barrada a entrada na Holanda e depois detida a ministra dos Assuntos Familiares, que viajava de automóvel da Alemanha, para participar num comício em Roterdão. Fatma Betul Sayan Kaya foi declarada persona non grata e escoltada até à fronteira.
Centenas de pessoas, alegadamente cidadãos turcos em Roterdão, na Holanda, não gostaram desta atitude e vieram para a rua protestar contra a expulsão da ministra. A polícia anti-motim foi chamada ao local.
Já Mevlut Çavusoglu, chefe da diplomacia turca, tinha sido impedido de aterrar naquela cidade holandesa mas, entretanto, já aterrou em França para participar numa acção de campanha aos imigrantes turcos em Metz que terá lugar este domingo.
O Presidente Erdogan já veio dizer que a atitude do Governo holandês “é fascista e nazi”.
A polémica começou com o início da campanha do referendo constitucional marcado para 16 de Abril na Turquia. Se passarem, as alterações à Constituição vão transformar a Turquia num regime presidencialista e reforçar os poderes de Erdogan.
Os ministros turcos estão a querer fazer campanha também fora do país em zonas onde haja muitos emigrantes turcos. No entanto, Holanda, Alemanha, Suíça e a Áustria têm recusado esse tipo de comícios pró-Erdogan. Amesterdão, por exemplo, já tinha manifestado preocupações de segurança motivadas pela proximidade entre o comício e as eleições legislativas na Holanda, que são na quarta-feira.
As tensões entre Ancara e vários países europeus pioraram desde a tentativa de golpe de estado de Julho.
[corrigido e actualizado às 00h35]