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Os fósseis mais antigos de uma planta podem mudar o que sabemos sobre a história da vida

14 mar, 2017 - 19:29

Têm 1,6 mil milhões de anos e foram descobertos na Índia. "O 'tempo da vida visível' parece ter começado muito mais cedo do que pensávamos", dizem investigadores.

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Cientistas descobriram na Índia os fósseis mais antigos de uma planta, de uma provável alga vermelha com 1,6 mil milhões de anos, indiciando que a vida multicelular desenvolveu-se muito mais cedo que o que se pensava até agora.

Os resultados da descoberta, feita por investigadores do Museu de História Natural da Suécia, são publicados esta terça-feira na revista PLOS Biology.

Antes desta descoberta, os mais antigos fósseis de algas vermelhas (assim designadas devido à coloração), que são utilizadas em cosméticos, medicamentos e na alimentação, remontavam a 1,2 mil milhões de anos.

Os fósseis encontrados na Índia são 400 milhões de anos mais velhos e, segundo os cientistas, os mais antigos de uma planta, sugerindo que as primeiras ramificações da árvore da vida necessitam de ser reposicionadas.

"O 'tempo da vida visível' parece ter começado muito mais cedo do que pensávamos", sustentou um dos investigadores, Stefan Bengtson, professor emérito de paleozoologia (ramo que estuda os fósseis).

Os vestígios mais antigos de vida na Terra têm pelo menos 3,5 mil milhões de anos e coincidem com o aparecimento de organismos unicelulares (com uma só célula, que não tem núcleo nem organelos).

Os organismos multicelulares complexos terão surgido mais tarde, há 600 milhões de anos.

Os cientistas encontraram dois tipos de fósseis do que parece ser uma rodófita, mais conhecida como alga vermelha, em sedimentos rochosos bem conservados em Chitrakoot, na Índia central: um deles é de um provável filamento, o outro é de colónias de algas carnudas.

A presumível alga vermelha – não há 100% de certeza, uma vez que não há resquícios de ADN (informação genética) – está incrustada em fósseis de estromatólitos (rochas formadas pela actividades de microrganismos) de um fosforito (rocha sedimentar) com 1,6 mil milhões de anos.

Com o auxílio de uma técnica de microscopia tomográfica, os investigadores foram capazes de distinguir estruturas celulares interiores e filamentos que constituem o corpo das formas carnudas que são características das algas vermelhas.

Observaram, inclusive, estruturas regulares e distintas no centro de cada parede celular, típicas das rodófitas, e plaquetas em cada célula, que, acreditam, são partes de cloroplastos, os organelos (estruturas delimitadas por uma membrana) nas células das plantas onde ocorre a fotossíntese (processo pelo qual, na presença de luz solar, as plantas transformam dióxido de carbono e água em matéria orgânica, libertando oxigénio).

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