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Maioria dos cancros não pode ser evitada, revela estudo norte-americano

24 mar, 2017 - 10:30

Depois de um primeiro estudo polémico, a universidade norte-americana Johns Hopkins volta a concluir que só uma minoria das mutações que causam cancro resulta de herança genética ou de estilos de vida.

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A maioria dos cancros não pode ser prevenida, mas resulta de erros aleatórios no processo de replicação do ADN. A conclusão resulta do estudo desenvolvido pela universidade norte-americana Johns Hopkins e ajuda a explicar porque é que indivíduos saudáveis são afectados pela doença.

De acordo com a investigação, apenas um terço das mutações que causam cancro resulta de herança genética ou de estilos de vida (hábitos alimentares e exposição ao tabaco, sobretudo).

“A maioria dos cancros vai ocorrer independentemente de vivermos num ambiente perfeito”, afirma Bert Vogelstein, especialista em genética da Universidade de Johns Hopkins, em Baltimore, e co-autor do estudo que foi publicado no jornal “Science”.

O estudo analisou sequências genéticas e casos de cancro em 69 países e segue-se a um outro, realizado pela mesma equipa, mas que causou polémica por ter sido realizado apenas nos Estados Unidos.

Nesse primeiro estudo, publicado em 2015 também no “Science”, o geneticista Vogelstein e o matemático Cristian Tomasetti afirmavam que os erros aleatórios que ocorrem no ADN aumentam mais o risco de contrair cancro do que se pensava inicialmente.

A conclusão gerou grande polémica entre os peritos na doença, que sempre defenderam que a maioria dos cancros pode ser prevenida através da melhoria de estilos de vida e do próprio ambiente, sendo muitos deles de origem genética.

Na opinião de Tomasetti, apesar de muitas pessoas saberem que causas hereditárias e ambientais, como o fumo do tabaco, podem causar cancro, poucas valorizam o risco associado a erros aleatórios que ocorrem cada vez que uma célula se divide e copia o seu ADN para duas novas células.

Esses erros representam “uma potente fonte de mutações cancerígenas que tem sido subvalorizada pela comunidade científica”, remata num comunicado.

A investigação agora divulgada veio acrescentar a proporção de cancros provocados por tais erros: dois terços dos casos.

Para chegar até aqui, a equipa liderada por Vogelstein e Tomasetti desenvolveu um modelo matemático com base em dados de sequências de ADN tirados do Atlas do Genoma do Cancro e em informações do Centro de Investigação do Cancro do Reino Unido, com especial foco nas mutações que conduzem a um crescimento celular anormal em 32 diferentes tipos de cancro.

Apesar da ocorrência de variações em cancros específicos, os investigadores estimam que 66% das mutações resultam de erros na cópia do ADN enquanto 29% são causados por factores ambientais e associados ao estilo de vida. Os 5% remanescentes são de origem hereditária.

Estas conclusões reforçam a importância dos rastreios, dizem os investigadores, pois a detecção atempada da doença pode prevenir muitas mortes, independentemente da causa.

Além disso, sublinha o estudo, não deve ser desvalorizada a importância de cuidar da saúde – adoptando estilos de vida saudáveis, como comer com moderação e evitar o tabaco – pois existe uma percentagem de cancros evitáveis.

Comentários
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  • encomenda
    24 mar, 2017 alem tejo 13:47
    A noticia sai logo no mszmo dia da possivel proibição de fumar na praia

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