31 mar, 2017 - 00:15
O Presidente russo afirma que as alterações climáticas eram imparáveis e não causadas pela actividade humana. Vladimir Putin aconselha os países a adaptarem-se ao aquecimento global.
Um dia depois de visitar o arquipélago Franz Josef Land, no Ártico, Putin afirma que os icebergues estão a derreter desde há décadas e sugere que o aquecimento global não se deve à actividade humana.
"O aquecimento já tinha começado nos anos 1930", avançou Putin, em comentários transmitidos radiofonicamente a partir de um fórum de Estados Árticos, realizado na cidade russa de Arkhangelsk.
"Foi quando não havia esses factores antropogénicos, como as emissões (de gases com efeito de estufa), que o aquecimento começou", desenvolveu.
Sobre o aquecimento global, o líder russo acrescenta também que "a questão não é pará-lo (...) porque é impossível, uma vez que pode ser associado a alguns ciclos globais na Terra ou até com significado planetário", apontando que "a questão é como fazer a adaptação".
Putin já saudou o aquecimento global, por facilitar o acesso a recursos naturais e a rotas de transporte, que não têm sido explorados ou utilizadas pelos custos proibitivos e pelas dificuldades de acesso.
Também já especulou que uma subida da temperatura média global em "dois ou três graus" poderia ser uma coisa boa para os russos, que deixariam de ter de usar vestuário com peles de animais.
Na quinta-feira, enquanto o seu homólogo finlandês, Sauli Niinisto, designou as alterações climáticas como "uma ameaça séria" para o Ártico, Putin contrapôs que, pelo contrário, estas trazem "condições mais propícias para usar esta região para fins económicos".
A Federação Russa está a aquecer a um ritmo que é o dobro do resto do mundo, e tanto cientistas como dirigentes dos serviços de emergência têm indicado que eventos como inundações e fogos florestais são influenciados pelas alterações climáticas.