04 abr, 2017 - 01:35
O candidato socialista Lenin Moreno venceu as eleições presidenciais no Equador, mas o adversário de direita Guillermo Lasso denunciou a existência de fraude e pediu uma recontagem dos votos.
Com 99% dos votos apurados, o antigo vice-presidente de Rafael Correa conquistou com 51,17%, contra 48,83% de Guillermo Lasso, anunciou esta segunda-feira a comissão eleitoral.
O triunfo de Lenin Moreno é uma boa notícia para Julian Assange, o fundador do WikiLeaks que está refugiado na embaixada do Equador em Londres.
Guillermo Lasso tinha prometido que, se fosse eleito Presidente, Assange seria expulso da representação diplomática e entregue às autoridades para responder a vários casos judiciais.
A vitória de Lenin também é tónico para a esquerda na América do Sul, numa altura em que o Governo venezuelano de Nicolas Maduro enfrenta uma grave crise e depois de a direita ter chegado ao poder em países como a Argentina, Brasil ou Peru.
“Parabéns Equador, a revolução dos cidadãos ganhou”, declarou Nicolas Maduro.
Já o Presidente da Bolívia, Evo Morales, escreveu no Twitter que “o socialismo do século XXI vencerá”.
Mas o candidato derrotado não aceita o resultado. Guillermo Lasso lança acusações de fraude eleitoral e pediu uma recontagem dos votos.
O político conservador divulgou fotografias de boletins de votos alegadamente adulterados por responsáveis eleitorais para o prejudicar.
Guillermo Lasso apresentou uma queixa à missão de observadores da Organização dos Estados Americanos, mas a comissão eleitoral já veio negar a existência de fraudes.
O pedido de recontagem deverá atrasar a tomada de posse de Lenin Moreno, que ficou paraplégico há duas décadas depois de ter sido alvejado a tiro durante um assalto.