Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

À volta da Terra existem mais de 750 mil partículas de lixo

19 abr, 2017 - 09:16

Equipa da Agência Espacial Europeia alerta semanalmente para riscos de colisão.

A+ / A-

Existem no espaço, na órbita da Terra, mais de 750.000 partículas de lixo com um centímetro. O número foi avançado pelo director-geral da Agência Espacial Europeia (ESA), que alertou para os perigos que representam.

Jan Worner falava no início da sétima conferência sobre lixo espacial, no centro de controlo de operações da ESA em Darmstadt, Alemanha, onde lembrou que o satélite de observação da Terra "Sentinel 1A" foi lançado em 2014 e que dois anos depois se notou que a produção de electricidade tinha baixado, verificando-se que um dos painéis solares estava danificado pelo impacto de uma pequena partícula.

A ESA organiza a conferência até dia 21 e vai abordar o tema dos danos provocados pelo lixo espacial e as formas de o evitar e retirar.

A colisão, em Fevereiro de 2009, do satélite de comunicações norte-americano "Iridium 33", lançado em Setembro de 1997, com o satélite "Kosmos2251" produziu uma grande quantidade de lixo espacial, recordou o responsável, afirmando que para combater o lixo é preciso evitar as colisões e recolher as partículas.

A questão é global e deve ser combatida ao nível global, “com iniciativas comuns em todo o mundo para lutar contra os perigos que temos no espaço”, disse.

Equipa emite alertas semanais

O responsável pela área do lixo espacial na ESA, Holger Krag, explicou, em relação ao "Sentinel 1A", que em Agosto de 2016 descobriram uma mudança de órbita e de altitude e uma perda de electricidade, pelo que a ESA reactivou uma câmara de bordo e viu que havia uma zona danificada de 40 centímetros de diâmetro provocada pelo impacto de uma partícula de um centímetro com dois gramas de peso.

A equipa de lixo espacial da ESA tem semanalmente um alerta de alto risco, o que faz com que sejam necessárias uma ou duas manobras por ano em cada satélite, para evitar colisões.

A ESA observa actualmente cerca de 18 mil objectos, mas só 7% deles são satélites operacionais, sendo a maioria fragmentos resultado de colisões.

Existem no espaço cinco mil objectos com mais de um metro, 25 mil de 10 centímetros e 750 mil de um centímetro.

Krag disse que na primeira conferência sobre lixo espacial, em 1993, o número de objectos observados era de oito mil, metade deles partes de foguetes e de satélites e a outra metade fragmentos procedentes de explosões.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Rui
    21 abr, 2017 Lisboa 12:00
    A notícia dada corretamente seria, apesar do imenso poder que a gravidade da terra exerce sobre a lua esta não tem qualquer efeito sobre uma partícula de ferro com um diâmetro de 1 cm pelo que estes detritos mortais para os astronautas e suas naves espaciais deverão permanecer em órbita por mais um milhão de anos...
  • António Costa
    19 abr, 2017 Cacém 15:31
    As "partículas" em órbita da Terra, e as que formam o "lixo", movem-se a velocidades muito elevadas. Ser "atingido" por um "objeto" de "1cm" é como levar um tiro, como o de ser atingido por uma bala.

Destaques V+