21 abr, 2017 - 09:23
Marine Le Pen exige a expulsão de todos os cidadãos estrangeiros, que estejam sinalizados pelas autoridades, e o encerramento das mesquitas. As exigências foram feitas, esta manhã, pela candidata da Frente Nacional às presidenciais de domingo.
"Os pregadores de ódio devem ser expulsos, as mesquitas radicais fechadas e a laicidade dever ser objecto de uma aplicação estrita, de acordo com os nossos princípios republicanos, que se opõem às incessantes provocações islamitas", disse a líder da Frente Nacional numa declaração ao país, após o tiroteio mortal na quinta-feira à noite, nos Campos Elísios.
A candidata de extrema-direita quer ainda o restabelecimento imediato das fronteiras francesas e pede a abertura de um inquérito com vista à dissolução das estruturas associativas ou culturais, que promovam ou financiem o fundamentalismo.
“Precisamos de uma presidência activa e que proteja os cidadãos. Como o país está em estado de guerra, a resposta deve ser global e total. Nestas circunstâncias peço a todos os franceses - seja qual forem as suas opiniões, convicções ou origens – que estejam unidos”, apelou.
Na sua intervenção disse todo território está sob ameaça que os “polícias são atacados, porque são um símbolo do Estado”.
O autodenominado Estado Islâmico reivindicou, quinta-feira à noite, o tiroteio nos Campos Elísios, em Paris, em que morreu um agente policial e o autor dos disparos, enquanto dois polícias ficaram gravemente feridos.
Um segundo suspeito entregou-se à polícia em Antuérpia (Bélgica).
Polícias não correm risco de vida
“Os dois polícias estão fora de perigo”, explicou o porta-voz da polícia Nacional, numa entrevista ao canal de televisão BFMTV, indicando que na noite de quinta-feira tiveram receio por um deles, o que ficou ferido com mais gravidade.
Jérôme Bonet disse ainda que “todos estão tristes” pela morte do agente, mas “ao mesmo tempo a determinação é total” para enfrentar a ameaça terrorista.
Sobre o autor do atentado, de nacionalidade francesa e 39 anos, Bonet disse apenas que tinha antecedentes criminais graves.
O governo francês decidiu reforçar a segurança com mais 50 mil agentes nas ruas. A medida foi anunciada pelo primeiro-ministro à saída da reunião do Conselho de Defesa Nacional, realizada na manhã desta sexta-feira.
O ataque acontece a três dias de França ir às urnas, na primeira volta das eleições presidenciais com onze candidatos: Marine Le Pen, Emmanuel Macron, Jean-Luc Mélenchon, François Fillon, Benoît Hamon, Nathalie Arthaud, Philippe Poutou, François Asselineau, Nicolas Dupont-Aignan, Jacques Cheminade e Jean Lassalle.
O tiroteio ocorre apenas dois dias depois de a polícia deter dois homens em Marselha, no sul de França, suspeitos de preparar um ataque terrorista em vésperas de eleições.
Desde 2015, os ataques jihadistas em França causaram já 238 mortes.
[Notícia corrigida às 11h30. Marine Le Pen propôs o fecho das mesquitas radicais]