22 abr, 2017 - 01:16
Pelo menos 10 mortos é o balanço provisório das manifestações violentas na Venezuela contra o Presidente Nicolas Maduro.
A tensão tem subido no país nas últimas três semanas e é uma situação que preocupa Portugal tendo em conta a numerosa comunidade lusa que reside na Venezuela.
Muitos dos portugueses que estão no país são naturais da ilha da Madeira, o que faz com que o arquipélago esteja pronto a ajudar.
Em declarações à Renascença, o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus da Madeira, Sérgio Marques, garante que segue apoio para os que precisarem de ajuda económica.
“Em concertação com o Governo da República, temos estado a auxiliar os emigrantes com carências económicas comprovadas. O mesmo acontece com os idosos carenciados da nossa comunidade. Há esquemas de apoio que estão a ser ministrados através do Governo da República e em conjugação com o nosso movimento associativo na Venezuela”.
Sérgio Marques aponta como maior dificuldade a falta de medicamentos. “Infelizmente não conseguimos enviar medicamentos. Sabemos que essa é uma carência enorme que neste momento se regista na Venezuela, mas há imensa dificuldade em enviar medicamentos. O Governo venezuelano não reconhece a situação gravíssima que se vive do ponto de vista humanitário na Venezuela, nomeadamente ao nível da carência tremenda de medicamentos, e não conseguimos enviar medicamentos para a Venezuela”, refere.
Este responsável reforça que “a Igreja Católica, a dada altura, tentou introduzir na Venezuela uma quantidade significativa de medicamentos e todos esses medicamentos foram barrados pelo Governo venezuelano”.
De acordo com Sérgio Marques, dezenas de madeirenses já regressaram da Venezuela, mas só aqueles que têm casa e familiares na região. “São pessoas que têm posses, têm meios para regressar. Dispõem de habitação na nossa região ou pelo menos de habitação dos seus familiares. São cidadãos com este perfil que regressam”.
“Não temos sido confrontados com situações de carência ao nível habitacional por parte daqueles que regressam. E não é um número significativo [o dos que regressam] por comparação à larguíssima comunidade que existe na Venezuela. E os regressos que existem são sempre com a perspectiva de voltar, de aguardar que a situação na Venezuela possa evoluir positivamente para que depois possam regressar à Venezuela”, referiu.