26 abr, 2017 - 08:39
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A Amnistia Internacional (AI) denuncia, num relatório divulgado esta quarta-feira, casos de "caça às bruxas" por parte das autoridades venezuelanas contra dissidentes e activistas políticos, bem como a líderes da oposição.
A organização de direitos humanos diz que, “lançando mão de uma variedade de expedientes judiciais para perseguir e punir quem pensa de forma diferente”, a Venezuela impõe uma “profunda limitação das liberdades de expressão”.
Com o título "Silêncio pela Força: detenções arbitrárias politicamente motivadas na Venezuela", o relatório apresenta detalhes sobre acções ilegais por parte das autoridades para reprimir a liberdade de expressão. Entre elas, as detenções sumárias realizadas sem mandato pelo Serviço Bolivariano de Inteligência nacional, SEBIN, ou serviços de informação, a perseguição de activistas pacíficos por crimes "contra a pátria" e o uso injustificado de detenção preventiva entre várias medidas.
Chama ainda a atenção para campanhas nos órgãos de comunicação contra membros da oposição política.
"Na Venezuela, a dissidência não é autorizada. Parece
que não há limite às vontade das autoridades de aplicarem uma miríade de tácticas
ilegais para punir aqueles que exprimem uma opinião que difere da posição
oficial do Governo", afirmou Erika Guevara Rosas, directora da AI para as Américas, num comunicado da organização enviado às redacções.
A organização já tem denunciado casos de detenções arbitrárias na Venezuela, apelando à libertação de Leopoldo López e Rosmit Mantilla, ambos considerados prisioneiros de consciência.
Os protestos das últimas três semanas na Venezuela fizeram 26 mortos, segundo o balanço oficial do Ministério Público venezuelano. De acordo com a mesma fonte, 473 pessoas ficaram feridas e cerca de 1.300 foram detidas durante as manifestações pró e contra o Presidente Nicolas Maduro.
Para esta quarta-feira, a oposição a Maduro convocou novos protestos.