27 abr, 2017 - 10:01 • Rui Barros
A companhia aérea United Airlines anunciou que irá reduzir as reservas em excesso nos seus voos e oferecerá 9.170 euros (dez mil dólares) aos passageiros que cedam o lugar em caso de “overbooking” – uma técnica comercial que permite às companhias aéreas a venda de mais lugares do que aqueles que o aparelho tem, antecipando cancelamentos e atrasos dos passageiros.
O anúncio da transportadora aérea é feito na sequência do escândalo das últimas semanas e resulta de uma auditoria interna para averiguar o que se passou no dia 9, quando um passageiro com bilhete foi arrastado para fora do avião.
A United Airlines propõe agora aumentar o valor oferecido aos passageiros que cedam voluntariamente o seu lugar. Há duas semanas, a companhia aérea Delta Airlines anunciou que iria oferecer este valor aos passageiros disponíveis para desistir do seu voo. A empresa no centro da polémica iguala agora o valor oferecido pela concorrente.
A empresa que tem sido criticada pela forma como lidou com a polémica anunciou que as medidas terão efeitos imediatos. Desde a polémica com David Dao, o passageiro expulso que foi arrastado para fora do avião, a United Airlines já perdeu 700 milhões de euros.
Acabar com o "overbooking"
David Dao, um médico norte-americano de 69 anos, recusou-se a ceder o seu lugar no voo depois da companhia alegar que eram necessários quatro lugares para os funcionários da própria empresa que deveriam entrar ao serviço em Louisville, no Kentucky.
Face à recusa em abandonar o avião, Dao foi arrastado à força pelo corredor e as imagens inundaram as redes sociais.
Reagindo ao incidente, o médico norte-americano classificou o incidente como "mais terrível" do que o Vietname. David Dao partiu o nariz e dois dentes e sofreu uma concussão “significativa” enquanto era arrastado à força para fora do avião.
O médico com dupla nacionalidade americana e vietnamita teve que ser hospitalizado numa unidade de cuidados de saúde de Chicago.
Em reacção ao incidente, a United Airlines já garantiu que não voltarão a ser utilizados polícias para retirar passageiros em "overbooking".