Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

“Não é solução resignarmo-nos a deixar pessoas morrer no Mediterrâneo"

10 mai, 2017 - 09:39

O eurodeputado Carlos Coelho pede justiça e espera que os tribunais italianos apurem responsabilidades no caso da recusa de ajuda um barco de refugiados.

A+ / A-

Veja também:


O eurodeputado Carlos Coelho, que acompanha a questão dos refugiados no Parlamento Europeu, espera que “os tribunais italianos funcionem e apurem quem foi responsável” pela recusa de ajuda a uma embarcação cheia de migrantes.

O mesmo responsável deseja que haja “imputação de responsabilidades criminais”, até porque “a ideia de que há impunidade nestes casos – isto é, que se podem deixar morrer pessoas sem que nada aconteça – é terrível”.

Uma gravação áudio agora divulgada mostra que Itália recusou auxílio a um barco de refugiados, que acabou por naufragar com quase 500 pessoas a bordo. Morreram quase 270 pessoas.

O caso remonta a 2013, mas só agora foi conhecido. Carlos Coelho explica que, na altura, a Frontex assumia-se como uma força policial e não de salvamento. “Um alto responsável da Frontex chegou a afirmar: ‘nós não somos a Cruz Vermelha’”, conta o eurodeputado português.

Na sequência disso, o Parlamento Europeu e o Conselho de Ministros aprovaram, “no final de 2013, uma lei que estabelece regras para a vigilância das fronteiras marítimas pela Frontex e determina, entre outras normas, que a primeira preocupação é salvar vidas – isto é, confrontados com uma tragédia no Mediterrâneo, os barcos da Frontex têm de salvar vidas. Depois de as pessoas estarem salvas logo se fazem os ‘check-in’ policiais”, avança.


Carlos Coelho admite que outros casos como o de Itália tenham ocorrido, tendo em conta a discrepância que existe entre o número de mortes oficiais (“de pessoas que se sabe que morreram”) e as chamadas mortes desconhecidas.

“Ou seja, se for ver as estatísticas oficiais, as mortes no terreno em 2016 são pouco mais de cinco mil mortos e, de acordo com a informação de barcos que saíram e a colecta de informação que a Amnistia Internacional fez, aponta-se para números que ultrapassam os 15 mil – portanto, mais de três vezes superior aos números oficiais. Se nós não sabemos sequer a identidade dos mortos, porque há barcos que desapareceram ninguém sabe onde nem em que circunstâncias, não é impossível presumir que terá havido mais casos como este”, relata.

Carlos Coelho considera, contudo, que a lei entretanto aprovada tenha contribuído para que hoje haja menos episódios assim.

“A Frontex, nas suas missões de patrulha, está a cumprir a lei que aprovámos e, portanto, já está a salvar pessoas – a despeito daquilo que afirmaram em tempos, de não se considerarem a Cruz Vermelha, estão a cumprir a lei europeia”, afirma. Além disso, prossegue, “há, na partilha de informação, mais cooperação entre as entidades nacionais (barcos detectados, riscos de vida) e há, portanto, maior eficácia na resposta”.

Na opinião do eurodeputado português, “não é solução, na Europa dos princípios e dos direitos humanos, resignarmo-nos a deixar as pessoas morrerem no Mediterrâneo. Não é nada em linha com os nossos valores”, sublinha.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • CAMINHANTE
    10 mai, 2017 LISBOA 17:04
    Não é solução resignarmo-nos a deixar pessoas invadir contínua e massivamente a Europa.
  • P/carlos almeida
    10 mai, 2017 dequalquerlado 12:33
    Oh Sr, Carlos Almeida, por favor, esta conversa já dá fastio ouvi-la tantas vezes, isto não é a cor da pele, nem isto nem aquilo, não confunda alhos com bugalhos, ninguém anda a discriminar ninguém só pela cor da pele, este pensamento não tem lógica nenhuma, demonstra até alguma ignorância. O que se trata aqui é de ideologias retrógradas, religião e fanatismo e costumes que em nada de bom trazem a qualquer país. Eu não vejo as pessoas pela cor da pele, mas sim pela sua forma de pensar, pela inteligencia e pelo bom fundamento. Claro que nunca poderei concordar quando há gente de determinadas raças que casam meninas de 12 anos com velhos, mas acha que isto é digno de ser respeitado? Ou então olhar para uma mulher toda coberta, porque a religião impõe? Como aqueles que usam dos costumes para fazerem crimes de honra. Acha que quem não aceita isto é ser racista? O que é que a cor da pele têm a ver com aquilo que disse atrás? Ou será que ser racista para si é aquele que tem a liberdade para discordar o que não pode ser aceitável, porque viola com gravidade os direitos humanos? Deixar morrer à míngua não, mas isto não tem nada a ver pela cor da pele, poderá estar em causa outras coisas, mas a europa também não pode acolher toda esta gente, ou então que vão para os países árabes ricos. Deixe lá a cor da pele, ou então quer atirar areia aos olhos dos outros. Você já deve está farto de ver comentários do porquê de não gostarem desta gente, mas finge não saber e tenta distorcer....
  • rosinda
    10 mai, 2017 palmela 11:59
    E qual e a solucao? Sera que os refugiados nao escutam noticias porque razao eles escolhem morrer no mar?
  • vitor
    10 mai, 2017 lisboa 11:23
    Acho estranho eles serem árabes e apenas os paises eurpeus é que se preocupam e os ajudam. Que fazem os outros países árabes e que têm tantas posses devido ao petróleo?
  • carlos almeida
    10 mai, 2017 Lisboa 11:22
    É triste que as pessoas deixem morrer os seus irmãos só porque têm a cor de pele errada.
  • Ora pois é!
    10 mai, 2017 dequalquerlado 10:53
    "A primeira preocupação é salvar vidas – isto é, confrontados com uma tragédia no Mediterrâneo, os barcos da Frontex têm de salvar vidas. Depois de as pessoas estarem salvas logo se fazem os ‘check-in’ policiais”, avança." Também concordo plenamente com isto, nunca se deve deixar morrer pessoas à míngua, é desumano! Agora, por outro lado, esta gente a querer invadir os países para depois não se integrarem, quererem impor os seus costumes retrogradas e quererem viver como vivem nos seus países, isto é que é um problema grave. Depois o que se vê é em grande maioria homens de idade jovem, que deveriam dar o seu contributo para lutar pelo seu país, não fugir com o rabo entre as pernas. Se fosse ao contrário e que fugissem para os países deles, o que é que eles fariam? Mais, esta gente precisa de ajuda é nos seus países, e os países têm feito o que podem, mas também não falta daqueles que os vão ajudar mas ainda são mortos, degolados, sem um pingo de piedade. Estas raças são mesmo uma praga, só sabem viver com guerras, mas também não são os outros que vão lutar por eles, enquanto eles andam a fugir, e ainda querem é a alemanha e outros países ricos. Depois são as mesquitas, muitas usadas para controlar e estabelecer regras e propagar o ódio e por aí adiante, as mulheres de burka, aquelas barbaças ridículas, já para não falar dos atentados que muitos deles fazem. Por esta ordem de ideias os europeus é que vão passar a estar a mais...Vá, agora chamem-me de racistas, burros!
  • JR
    10 mai, 2017 LIsboa, Puto 10:11
    Se os médicos em greve deixam morrer os doentes nos Hospitais o que nos interessa os refugiados? Preocupa-te com os teus primeiro.

Destaques V+