21 mai, 2017 - 23:05
Pelo menos 120 pessoas ficaram feridas no sábado em manifestações na área metropolitana de Caracas, estando três delas em "estado clínico delicado", denunciou a oposição venezuelana, que acusou os agentes de segurança do Estado de violência.
"No dia de ontem [sábado], só na cidade Caracas, houve mais de 90 feridos", afirmou o deputado da oposição José Manuel Olivares em conferência de imprensa, acrescentando que na vizinha localidade de San Antonio de los Altos houve "30 feridos nas manifestações".
A Venezuela completou no sábado 50 dias de manifestações contra o Presidente do país, Nicolás Maduro, durante as quais morreram pelo menos 47 pessoas, segundo dados confirmados pelas autoridades.
Num comunicado divulgado este domingo, a Cruz Vermelha da Venezuela indicou que nos últimos 50 dias assistiu 268 pacientes, "fundamentalmente feridos pelo impacto de chumbo e de projécteis, contusões gerais, queimaduras e perturbações respiratórias".
Do total de feridos assistidos pela Cruz Vermelha, 62 foram-no em Caracas, 81 no estado de Lara, 63 em Mérida, 58 em Carabobo e quatro em Barinas.
Segundo José Manuel Olivares, um dos feridos de San Antonio, localidade do estado de Miranda, foi ferido "por arma de fogo" no abdómen, e salientou que "felizmente" foi intervencionado cirurgicamente e está fora de perigo.
Dos restantes feridos de Caracas, o deputado assegurou que três estão em "estado clínico delicado": dois com "trauma torácico" por impacto de uma granada lacrimogénea e outro com "fractura" na cabeça, que atribuiu a outra granada lacrimogénea.
"A violência, como sempre, por parte dos corpos de segurança do Estado. Insistimos com a mensagem de que reflictam se são o exército de [o libertador Simón] Bolívar ou se são assassinos", referiu José Manuel Olivares.
O deputado afirmou que San Antonio de los Altos viveu "dias brutais de repressão por parte da Guarda Nacional Bolivariana", a polícia militarizada.
Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 1 de Abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do Parlamento.
Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória a uma Assembleia Constituinte, feita a 1 de Maio último pelo Presidente Nicolás Maduro.