26 mai, 2017 - 17:59 • Liliana Monteiro
A onda de violência na Venezuela já estragou o negócio a pelo menos 100 portugueses, numa altura em que é cada vez mais difícil circular em algumas regiões, diz o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro.
Em entrevista à Renascença, José Luís Carneiro afirma que este problema está a dificultar a acção do consulado em algumas circunstâncias.
“Temos notícia de que, por força da instabilidade social, a circulação tem estado muito condicionada em determinadas regiões do país. Naturalmente que essas condições, que colocam em causa a liberdade de circulação e a boa circulação entre as diferentes regiões, acarretam maiores dificuldades também na mobilização do apoio, na possibilidade de deslocação dos próprios funcionários consulares”, afirma o governante.
A Renascença falou com Iris, uma luso-descendente que regressou à Venezuela para ir buscar o filho e que encontrou muitas dificuldades para chegar a uma cidade bem próxima de Caracas.
“Passei muito mal. Cheguei a Caracas na quinta-feira e só cheguei a minha casa no domingo, porque não conseguia passar. As ruas estavam fechadas, havia pessoas a queimar coisas na rua. Estava mau, muito mau. Há muita polícia”, relata Iris.
Para ajudar estas pessoas estão a ser mantidos contactos com as autoridades venezuelanas, sublinha o secretário de Estado das Comunidades.
“Houve uma sessão no consulado de Valência com as autoridades judiciárias venezuelanas, não apenas para serem relatadas e apresentadas queixas dos assaltos, como também para poder constituir condições de apoio financeiro para a reabertura desses estabelecimentos”, afirma José Luís Carneiro.
Há dois números de telefone que devem ser usados pelos portugueses em caso de emergência na Venezuela:
O secretário de Estado das Comunidades adianta que os emigrantes em dificuldades podem dirigir-se, também, às várias associações portuguesas na Venezuela, como Damas de Beneficência ou a Mulher Migrante, por exemplo.
Urgências relacionadas com emissão de passaportes e outra documentação devem ser tratadas também por estas vias.
Pelo menos 57 pessoas morreram na Venezuela desde o início da mais recente onda de contestação ao Presidente Nicolas Maduro, entre os quais um luso-descendente.