02 jun, 2017 - 07:52
O presidente da Assembleia Nacional venezuelana foi a Bruxelas pedir ajuda. Julio Borges apela à intervenção directa da União Europeia para resolver a grave crise no país.
“Queremos que uma missão de eurodeputados ampla, grande e plural vá em breve à Venezuela para constatar o que está acontecer no país”, disse Julio Borges, em entrevista à Renascença, em Bruxelas.
O presidente da Assembleia Nacional (dominada pela oposição ao presidente Nicolás Maduro) pediu ainda que às "violações dos direitos humanos" existam sanções contra figuras do regime.
Nestas declarações à Renascença, mostrou-se preocupado com a situação da Venezuela. "Este processo da Assembleia Constituinte é afinal a continuação do golpe de Estado de Maduro - um processo não democrático que viola a própria Constituição".
Apesar do panorama, deixa uma mensagem de esperança aos portugueses que estão a sair do país. O presidente da Assembleia Nacional acredita que vão voltar quando houver mudanças democráticas.
Julio Borges teceu também duras críticas à Goldman Sachs. A empresa anunciou que vai adquirir obrigações da empresa petrolífera estatal da Venezuela, o que dá um balão de oxigénio ao regime de quase 870 milhões de euros.
Maduro avança com nova Constituição
O Presidente Nicolás Maduro afirmou que após ser redigida a nova Constituição do país vai propor “de forma expressa” que esta seja submetida a um referendo antes de ser aprovada.
Maduro disse que apresentou nove prioridades para serem debatidas pela Constituinte: “A primeira de todas é a paz, em segundo lugar o novo modelo económico pós-petrolífero, produtivo, e em terceiro lugar a constitucionalização de todas as missões sociais”.
Em quarto lugar fica o tema da segurança, para “acabar com a impunidade” e transformar “o ordenamento jurídico e institucional”, enquanto em quinto lugar fica a “garantia da soberania e integridade territorial”.
Maduro convocou, a 1 de Maio, uma assembleia constituinte, como forma de sair da crise que o país atravessa.
A Venezuela está mergulhada numa grave crise económica e social que tem provocado uma escalada de protestos diários da oposição contra o Presidente, Nicolás Maduro. Nas manifestações já morreram cerca de 60 pessoas, além de largas dezenas de feridos e centenas de detidos.