05 jun, 2017 - 15:37 • Inês Alberti, em Doha
A sensação dos residentes aqui no Qatar está entre a surpresa e a preocupação depois de, esta segunda-feira, seis países terem anunciado o corte de relações com o país do Golfo Pérsico.
Com o fecho da fronteira com a Arábia Saudita, o Qatar perde a única rota por terra de importações de alimentos e materiais. As empresas estão por isso a aconselhar os seus empregados a comprar alimentos não perecíveis e produtos básicos como água e leite.
Numa nota enviada a todos os trabalhadores, a Texas A&M University, aqui no Qatar, aconselha todos a “estarem preparados para uma emergência, tendo na sua posse mantimentos para 5 a 7 dias”. A universidade aconselha também os trabalhadores a terem num local de “fácil acesso” os documentos necessários para viajar.
Nas redes sociais circulam fotografias com alguns produtos, como carne, esgotados. Algumas pessoas têm-se dirigido aos bancos para levantar dinheiro por precaução e há relatos que todos os empréstimos bancários foram suspensos.
O cenário de indefinição afecta também os turistas e residentes do Qatar. Quem já tinha voos agendados em companhias como a Emirates Airlines não sabe o que fazer, se vai poder voar ou se deve cancelar.
A saída do país é, aliás, um dos pontos de preocupação caso as tensões continuem a aumentar. Com o Qatar a aplicar vistos de caída aos seus residentes – ou seja, quem quer sair do país depende de uma autorização no local de trabalho – as pessoas estão preocupadas com os três dias úteis necessários para a emissão desse visto caso a situação se complique.
Com 1 500 portugueses a viver no Qatar, a Embaixada de Portugal já garantiu “motivo de preocupação” em relação à comunidade portuguesa.