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Incêndio em Londres. “Estava lá tudo, só faltava a ignição"

14 jun, 2017 - 19:56

José Manuel Moura, ex-comandante da Protecção Civil, conta como se ataca um incêndio destas dimensões e qual a melhor estratégia para salvar vidas.

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Londres. Incêndio faz dezenas de mortos e feridos
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Uma abordagem “muito difícil” para um incêndio que “já tinha lá tudo”. É assim que José Manuel Moura, perito de protecção civil do mecanismo europeu e das Nações Unidas, olha para o incêndio que deflagrou esta madrugada em Londres.

“O ponto mais perigoso da evolução de um incêndio desta tipologia é o piso onde as chamas começaram”, entende o antigo comandante nacional da Protecção Civil, que, com os dados que conseguiu obter através das imagens televisivas, avaliou de imediato a tarefa dos bombeiros como "muito difícil".

“O facto de o incêndio ter desenvolvido nas quatro fachadas do edifício deve ter sido, para quem está a comandar uma operação deste tipo, de uma dificuldade imensa. A única abordagem possível é com auto-escada ou por dentro do edifício. É uma tarefa muito complicada”, explica à Renascença José Manuel Moura.

O incêndio no edifício de 24 andares em Londres terá deixado várias pessoas encurraladas e resultou numa operação de salvamento e extinção de chamas que envolveu um conjunto alargado de meios. A resposta quase imediata dos bombeiros não impediu, no entanto, que pelo menos 12 pessoas morressem, segundo o balanço disponível às 19h50 desta quarta-feira.

Fogo em Londres "parecia algo saído de um filme de terror"
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“Tanto quanto sei é um edifício dos anos 60 com uma carga térmica elevada, ainda com madeiramentos, muitas alcatifas e mais de cem apartamentos”, diz. São condições que o especialista diz serem favoráveis a incêndios desta magnitude.

“Estava lá tudo: muito combustível – ao que parece pela carga térmica do edifício, comburente também... só faltava a ignição”, argumenta o perito, que não arrisca apresentar uma possível causa do incêndio, uma vez que “qualquer uma delas é plausível”.

Questionado sobre a atitude a tomar num caso de emergência como esta, José Manuel Moura admite tratar-se de uma situação limite na qual é difícil raciocinar, mas revela que o melhor a fazer é sinalizar a presença para que seja mais fácil às equipas que combatem as chamas prestarem o auxílio.

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  • Mario
    15 jun, 2017 Portugal 00:25
    LOL... se conhece-se a regra do triângulo nao gaguejava tanto. Por outro lado neste caso tem vários tipos fogos por isso devia saber qual o produto a usar mas enfim e o que temos...
  • antão
    14 jun, 2017 luso 21:00
    É gente desta que o mundo precisa ! Somos bons em tudo - no futebol, no fado, no atletismo, no ciclismo, em bons banqueiros, em trapalhões na politica, em cargas de impostos e taxas, em máfias a limpar o dinheiro dos contribuintes, etc. etc. e até boas cabeças para apagar fogos e para os atear ! Somos um país pequeno, mas com tantas inteligências ainda vamos governar o planeta, vamos dirigir todas as instituições do Mundo, para além dos governos e o desemprego em Portugal vai acabar, todos vamos ser dirigentes e a sorte cá da quinta é virem os refugiados cuidar das terras , das fábricas e até das tascas. tomando mesmo os serviços efectuados à beira das estradas. QUE MARAVILHA DE POVO !

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