19 jun, 2017 - 19:58
As forças armadas do Iraque estimam que existem apenas cerca de 300 militantes do Estado Islâmico na cidade de Mossul, dos 6.000 que defendiam a cidade há uma questão de meses.
A campanha para libertar a segunda maior cidade do Iraque entrou no domingo na fase final, com o assalto ao centro histórico, o último bastião dos jihadistas na cidade.
Mas o número diminuto de combatentes inimigos não torna os combates mais fáceis. A luta no centro histórico, com ruas e vielas muito estreitas, faz-se casa a casa e o Estado Islâmico procura tirar proveito da presença de dezenas de milhares de civis, que usa como escudos humanos.
Há inclusivamente relatos de civis mortos por atiradores furtivos jihadistas quando tentam escapar das zonas sob seu controlo.
Organizações humanitárias estão preocupadas com os efeitos dos combates para os civis, com a Save the Children a afirmar que “estima-se em 50 mil o número de crianças em perigo grave à medida que os combates em Mossul entram naquilo que deverá ser a sua fase mais mortífera”, em declarações citadas pela Reuters.
A libertação de Mossul, que os militares iraquianos – apoiados por uma coligação internacional e por milícias curdas, xiitas e de outras minorias religiosas e étnicas da região – esperam estar iminente simboliza, na prática, o final de qualquer pretensão territorial do grupo no Iraque. Foi precisamente a queda desta cidade que catapultou o Estado Islâmico para a atenção do mundo em 2014 e foi numa mesquita dessa cidade que o então líder Abu Bakr al-Baghdadi – que a Rússia alega ter conseguido matar na passada semana durante um ataque aéreo – declarou a formação de um califado, um estado territorial governado pela lei islâmica que chegou a ocupar um terço do Iraque e da Síria.