11 jul, 2017 - 17:33
Donald Trump Jr., filho de Donald Trump, que ao longo dos últimos dias tem sido acusado de aceitar uma proposta do Governo russo para divulgar informação comprometedora sobre Hillary Clinton durante a campanha presidencial, colocou toda a troca de correspondência sobre o encontro na sua conta de Twitter.
Donald Trump Jr. diz que o faz em nome da total transparência e assegura que o que começou por ser uma promessa de informação de interesse para a campanha do seu pai acabou por se transformar numa conversa que caracteriza como “a maior chorrilho de disparates que alguma vez ouvi”.
Os emails que Donald Trump Jr. divulga são trocados entre si e Rob Goldstone, um seu conhecido que trabalha no ramo da publicidade. No início da troca de emails, Goldstone diz que foi abordado por um conhecido russo cujo pai teria sido abordado por um oficial do Governo russo. “O procurador-geral da Rússia encontrou-se com o seu pai Aras esta manhã e, na reunião, ofereceu-se para fornecer a campanha Trump com documentos oficiais e informação que incrimina a Hillary e as suas ligações à Rússia e que seriam muito úteis para o teu pai”, escreve Goldstone.
“Naturalmente trata-se de informação muito sensível e de alto nível mas faz parte do apoio da Rússia e do seu Governo pelo Sr. Trump”, continua.
Donald Trump Jr. aceita conversar ao telefone com o contacto de Goldstone, mas diz na sua resposta: “se é o que dizes, adoro, sobretudo mais para à frente no Verão”. O email é datado de 3 de Junho de 2016, meses antes das eleições de Novembro que deram a vitória a Trump.
Na sequência de emails divulgados agora pelo filho do Presidente a conversa telefónica acaba por se transformar num encontro nos Estados Unidos com uma alegada advogada do Governo russo. Os emails terminam no dia 8 de Junho, com a reunião marcada para as 16h00 de dia 9.
Contudo, numa nota que acompanha a divulgação dos emails, Donald Trump Jr. diz que a reunião acabou por ser um fracasso total. “A mulher, como já admitiu publicamente, não era afinal do Governo russo e, como nós já dissemos, não tinha qualquer informação para fornecer. Queria falar sobre a política de adopções e sobre a lei Magnitsky”, diz, referindo-se a uma lei americana de 2012 que visava punir os cidadãos russos responsáveis pela morte do advogado russo Sergei Magnitsky na prisão, em 2009.
Donald Trump Jr, diz mesmo que a conversa com a advogada acabou por se revelar “a maior choldra de disparates que alguma vez ouvi” e que, “para contextualizar, tudo isto se passou antes de estar na moda a actual febre sobre a Rússia”.
Independentemente da veracidade ou não da versão agora apresentada pelo filho de Trump, os seus críticos continuam a questionar o facto de ele parecer ter aceitado de ânimo leve receber informação do Governo de outro país relativo a uma candidata presidencial.
Este caso surge no seguimento da divulgação, ou do levantamento de suspeitas sobre eventuais ligações, entre a campanha de Donald Trump e Moscovo, que incluem a teoria de que terão sido os russos a divulgar emails pessoais de Hillary Clinton dias antes das eleições. Donald Trump já reconheceu publicamente que a Rússia tentou interferir nas eleições, mas nega que tenha sido cúmplice de tais actos.