11 jul, 2017 - 23:27
Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) do Brasil pediram esta terça-feira o arquivamento de uma investigação criminal contra o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva por suspeita de obstrução das investigações da Lava Jato.
A investigação tinha sido aberta com base na delação premiada (colaboração com a Justiça em troca de redução da pena) do ex-senador Delcídio do Amaral.
O ex-senador disse em depoimento aos investigadores da Lava Jato que Lula da Silva tentou persuadir os senadores Edson Lobão e Renan Calheiros a criar um gabinete de crise para conter os avanços da operação, que investiga os crimes cometidos na petrolífera estatal Petrobras e noutras instituições públicas do Brasil.
No parecer pelo arquivamento da investigação, o procurador Ivan Marx diz não haver provas da "existência de real tentativa de embaraço às investigações" da Lava Jato.
"Não havendo nenhuma corroboração para a versão apresentada pelo delator, e nem mesmo a possibilidade de buscá-la por outros meios, o arquivamento dos autos é medida que se impõe. No caso, não há que se falar na prática de crime ou de acto de improbidade", lê-se no pedido do procurador.
Este não é o único processo que envolve o ex-Presidente Lula da Silva e o ex-senador Delcídio na Justiça brasileira.
Os dois são mencionados noutra investigação sobre a suspeita de ambos terem tentado prejudicar as investigações da Lava Jato, comprando o silêncio do ex-director da Petrobras, Nestor Cerveró.
Lula da Silva é ainda arguido noutras acções envolvendo a operação Lava Jato.
Num destes processos, o ex-Presidente é acusado de ter supostamente recebido vantagens indevidas da construtora OAS por através da compra de um apartamento de luxo na cidade de Guarujá, no litoral.
O caso, analisado pelo juiz Sérgio Moro, já está em sua fase final.
Lula da Silva também é acusado de receber um terreno da construtora Odebrecht como forma de suborno para, em troca, favorecer os interesses da empresa perante o Governo brasileiro.
O ex-Presidente sempre negou todas as acusações contra si e declarou, em diversas oportunidades, que é vítima de perseguição de membros da operação Lava Jato e do aparelho judicial brasileiro.