Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

​Parlamento da Venezuela pede ao mundo que não reconheça a Constituinte

29 jul, 2017 - 21:28

Eleições para assembleia que vai alterar a Constituição estão marcadas para este domingo.

A+ / A-
Venezuela. Fim-de-semana decisivo para Maduro
Venezuela. Fim-de-semana decisivo para Maduro

O parlamento venezuelano, com larga maioria da oposição, pediu este sábado à comunidade internacional que não reconheça o resultado da eleição da Assembleia Constituinte, que decorre domingo sob elevadas medidas de segurança e rejeitada por vários governos.

O presidente da comissão de Política Externa da Assembleia Nacional, Luis Florido, informou, em comunicado, que o pedido foi feito "a todas as chancelarias do mundo".

Neste documento, o parlamento venezuelano pede aos governos que, a concretizar-se a Constituinte convocada pelo Presidente, Nicolás Maduro, "se tomem acções de apoio ao povo venezuelano".

"Chegou a altura de a comunidade internacional dar o seu apoio decidido, sincero, franco, para que este processo não se possa realizar", disse Florido, dirigente da formação opositora Vontade Popular (VP), que assegura que as alterações constitucionais que o executivo de Maduro quer "impor" são rejeitadas por "90% do povo da Venezuela".

O responsável recordou que os governos dos Estados Unidos, Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Perú pediram formalmente a suspensão da Constituinte e que se estabeleça um processo de negociação política para a saída da crise.

Assim, o parlamento apelou à comunidade internacional para que, uma vez constituída a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), a chamada revolução bolivariana não possa pedir empréstimos ao mundo, assinar contratos, contrair dívidas e que "a Constituinte não lhes sirva absolutamente para nada".

A coligação opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) rejeitou participar nesta votação, que considera fraudulenta, e critica que não tenha sido convocado um referendo prévio, como ocorreu em 1999 quando foi aprovada a atual Carta Magna.

No domingo, os opositores protestarão em todo o país, os apoiantes do "chavismo" acudirão às urnas, sozinhos, para definir os 545 representantes que integrarão a ANC, que terão poderes ilimitados para reformar o Estado e alterar o ordenamento jurídico. Os líderes da oposição pedem manifestações e cortes de estrada para dificultar ao máximo a votação, mas apelam a que não haja violência entre populares, uma vez que a sua luta é contra o Estado e não contra o povo.

Esta eleição decorre entre uma onda de protestos que começou a 01 de abril e que já causou cerca de 110 mortos, centenas de feridos e cerca de 5.000 feridos.

[Notícia actualizada às 9h34 de domingo]

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Miguel Botelho
    31 jul, 2017 Lisboa 07:31
    Pelo comentário de Manuel Morcego, temos a opinião daqueles que mentem e imaginam factos históricos. Na verdade, no outro lado da barricada sempre estiveram trabalhadores e democratas. O próprio MFA era constituído por gente ligada à democracia. No entanto, o Manuel é mesmo isso que escreve a seguir ao seu nome. O Manuel é um Morcego e vive nas trevas da realidade.
  • Paulo
    31 jul, 2017 Olhão 06:55
    Sinceramente não percebo o problema da oposição venezuelana, se NOVENTA por cento do povo é contra as alterações constitucionais que o executivo de Maduro quer "impor" , cá na minha seria uma ocasião dourada para irem votar em massa e não para boicotar as eleições. Não ?!?
  • Tanto uns
    30 jul, 2017 pt 12:00
    como outros, dita oposição e governo utilizam as armas para se degladiarem! Quando a oposição afirma que faz manifestações pacificas, então, porque utiliza todos os tipos de armas caseiras, para atacar as forças do governo? Perde toda a credibilidade democrática! se a oposição num país democrático e num Estado de Direito, se comportasse da mesma forma, o que não faltaria! Recordemos que o actual governo está lá pela via das eleições e voto popular e não pela via da força pelo que tem toda a legitimidade em governar até novo acto eleitoral que não pode nem deve ser unilateral, como o foi feito pela dita oposição!
  • Manuel Morcego
    29 jul, 2017 Lisboa 23:41
    Nós no PREC pos Abril provamos isso pela mão do PCP e MFA comunista. Nada disto é novidade para quem viveu o PREC no outro lada da barricada.
  • Miguel Botelho
    29 jul, 2017 Lisboa 22:36
    Este é o mesmo parlamento que convocou um referendo fraudulento, onde pessoas votaram por 17 vezes e até crianças participaram no acto eleitoral. É o mesmo parlamento, encabeçado por Henry Ramos Allup e Fredy Guevara, apoiantes dos terrorismo urbano que já ceifou 110 vidas e feriu outras mais. É o mesmo parlamento que não pede desculpa pelo vandalismo que temos vindo a assistir, desde o corte de estradas, ao ataque com armas de fogo e ao incendiar de pessoas. Ontem, em Lara, os terroristas apoiados por este parlamento atacaram dois guardas, desnudando-os e queimando-os em seguida. São muitos aqueles que querem uma Venezuela melhor. Aquilo que não querem é uma oposição mentirosa e violenta no poder. Por isso, amanhã, vão sair à rua e vão aderir à Constituinte. A Renascença que transmita a verdade e deixe de comunicar as notícias de modo parcial.
  • André
    29 jul, 2017 Lisboa 22:01
    Segundo está a avançar uma televisão colombiana, os votos favoráveis à constituinte já chegaram aos 3 milhões... só na impressão dos boletins de voto. E as forças de segurança da Venezuela vão passar o dia de amanhã a verificar que os eleitores preenchem os boletins da melhor forma. Os desaparecimentos durante 48 horas não podem ser aceites, pois podem existir eleitores que tem vergonha de terem votado contra... e cometeram suícidios a 500km de casa, mesmo que nunca tenham tido automóvel ou terem possibilidade de pagar bilhete de autobus.

Destaques V+