31 jul, 2017 - 14:39
São portugueses que em muitos casos nasceram ou construíram as suas vidas na Venezuela, mas agora regressaram às suas terras ancestrais para escapar à violência que tem dominado a sociedade. Ainda assim, sentem que a Venezuela também lhes pertence, e recusam baixar os braços perante o que consideram ser um governo ditatorial.
Questionada sobre se ainda tem esperança de que o Governo venezuelano caia, Nataly Pestana não hesita. “Sim, esperamos todos. Seja como for, mas tem de ser. Tem de cair. Não podemos aceitar que a nossa Venezuela continue nas mãos desses desgraçados.”
A dirigente da associação que está a apoiar os cerca de cinco mil retornados, a esmagadora maioria dos quais madeirenses, diz que é com estupefacção que assistem aos actos do Governo, que no domingo sancionou a eleição de uma assembleia constituinte, que terá por missão alterar a Constituição, apesar do boicote imposto pela oposição.
Segundo o Govenro de Nocolás Maduro, votaram mais de oito milhões de pessoas. “Deixa as pessoas incrédulas de o Governo ainda conseguir fazer este tipo de fraude, de engano. Sabemos que não foi sequer uma minoria, não foi quase ninguém – vimos pelas imagens – mas eles puseram aí um número qualquer a dizer que ganharam e que vão para a frente com essa fantochada”, critica Nataly Pestana.