31 jul, 2017 - 06:42
Foi elevada a adesão dos venezuelanos à votação de uma Assembleia Nacional Constituinte. Foram votar mais de 8 milhões de pessoas.
O número é avançado pelo Conselho Nacional Eleitoral na Venezuela, segundo o qual a participação foi de quase 42%.
“Temos a participação de 41,53% dos eleitores da Venezuela. Oito milhões, 1.320 venezuelanos pronunciaram-se em relação à oferta eleitoral para a Assembleia Nacional Constituinte”, anunciou a presidente deste conselho.
Tibisay Lucena considera, assim, que “ganhou a paz e, quando ganha a paz, ganha a Venezuela”.
Diosdado Cabello, vice-presidente do PSUV, o partido no poder, considera que o resultado foi um a lição para o mundo.
“É bonito o que hoje se passou. E é uma lição para os povos do mundo. A Venezuela levanta-se e continua a estar na vanguarda da voz dos povos. E é satisfatório para nós o exemplo e a mensagem que damos ao mundo sobre o que ocorre na Venezuela”, afirmou.
“O comandante presidente Nicolas Maduro, dando uso às suas atribuições previstas na Constituição, convocou a paz pela via da Assembleia Nacional Constituinte”, acrescentou.
Nova “jornada de protestos”
Não é paz que reina nas ruas. Depois de um dia marcado por muita violência, além de boicotes e protestos, a oposição venezuelana apela à realização de novas manifestações nesta segunda-feira, contra a Assembleia Constituinte do Presidente Nicolas Maduro.
O líder, Henrique Capriles, pede que os venezuelanos saiam à rua para novos protestos e anuncia manifestações para quarta-feira, dia em que a Assembleia Constituinte toma posse.
“Uma jornada de protestos em todo o país contra o que foi o massacre do dia de hoje e contra este processo fraudulento em que o Governo, certamente vai dizer que votaram milhões e milhões”, pediu.
“Vão fazer-se homenagens às pessoas que foram assassinadas e estamo-nos todos a preparar para aquela que visa ser a mobilização até à cidade de Caracas de todos os venezuelanos, no dia da instalação desta assembleia fraudulenta”, acrescentou.
O Ministério Público fala em 10 mortos decorrentes dos protestos no domingo; a oposição diz que morreram pelo menos 14 pessoas.
Farsa?
A oposição garante que participação eleitoral foi pouco mais de 12% e vários países já anunciaram que não vão reconhecer os resultados oficiais anunciados.
Os Estados Unidos falam em farsa e dizem que estas eleições são um passo rumo à ditadura. Foi esta a posição manifestada pela embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, naquela que foi a primeira reacção oficial dos Estados Unidos às eleições na Venezuela.
A convocatória para a eleição dos 545 membros da Assembleia Constituinte foi feita por Nicolas Maduro com o principal objectivo de alterar a Constituição em vigor, nomeadamente os aspectos relacionados com as garantias de defesa e segurança da nação.
A oposição venezuelana, que decidiu não participar nas eleições, acusa o Presidente de querer acabar com a democracia no país.