31 jul, 2017 - 11:08
O Supremo Tribunal de Justiça britânico bloqueou uma tentativa de responsabilizar Tony Blair pela invasão e consequente guerra do Iraque.
Abdul Wahed Shannan Al Rabbat, antigo general iraquiano, acusou o ex-primeiro-ministro britânico de ter cometido um “crime de agressão” ao invadir o Iraque em 2003. Mas não existe “crime de agressão” nas legislações inglesa ou de Gales, pelo que o Supremo Tribunal decidiu não dar seguimento à queixa.
Além de Blair, o ex-general queria processar o antigo ministro dos Negócios Estrangeiro Jack Straw e o procurador geral Lord Goldsmith.
Os juízes do Tribunal de Westminster já tinham indeferido a pretensão de Al Rabbat no ano passado, decisão agora confirmada pelo Supremo.
Tony Blair pode não ser acusado do “crime de agressão”, mas nas várias entrevistas em que já falou sobre a guerra no Iraque já admitiu erros e até que terá sido essa invasão que levou ao nascimento do Estado Islâmico.
No ano passado, foi divulgado um relatório sobre a participação britânica na invasão do Iraque com duras críticas ao Governo de Tony Blair e ao próprio ex-primeiro-ministro.
O chamado “relatório Chilcot” (que deve o seu nome ao seu autor, John Chilcot) confirma que as informações que indiciavam a existência de armas de destruição maciça no Iraque eram falsas e acusa o Governo de ter optado pela solução militar antes de esgotar todas as outras vias de resolução do conflito.
Considera ainda que Saddam Hussein não apresentava qualquer ameaça à paz naquela altura.
A invasão do Iraque contou, em 2003, com o apoio político dos governos de Portugal, liderado por Durão Barroso, e de Espanha, chefiado por José Maria Aznar. A guerra foi liderada pelos Estados Unidos, que tinham então na Presidência George W. Bush.