01 ago, 2017 - 20:18
O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, declarou-se "profundamente inquieto" pela nova detenção na Venezuela de dois dirigentes da oposição e pediu a sua "imediata" libertação.
"Estou profundamente inquieto que os dirigentes da oposição Leopoldo López e Antonio Ledezma tenham sido de novo detidos pelas autoridades venezuelanas após a revogação da sua prisão domiciliária", referiu em comunicado o alto comissário.
O responsável da ONU pediu ao Governo venezuelano que "liberte imediatamente todos os que estão detidos por exercerem o seu direito à liberdade de reunião pacífica, de associação e de expressão".
Leopoldo López e Antonio Ladezma foram novamente colocados na prisão militar de Ramo Verde, nos arredores de Caracas, de onde tinham saído recentemente para cumprir as penas em prisão domiciliária.
O advogado de defesa de López, fundador do partido Vontade Popular (direita), disse à emissora privada Circuito Êxitos que, na madrugada de hoje, tinham podido confirmar que o opositor foi levado para aquela prisão, acrescentando que espera poder vê-lo ainda hoje, por se tratar de "dia de visita legal".
Por sua parte, Mitzy Capriles, a mulher de Ledezma (Aliança Bravo Povo), assegurou numa conferência de imprensa em Madrid que os advogados do autarca de Caracas também haviam confirmado o mesmo local de detenção.
Antes, alguns dirigentes do Voluntad Popular (VP), o partido de Leopoldo López, assim como o ABP, o partido de Antonio Ladezma, reiteraram as mesmas informações, responsabilizando o Presidente, Nicolás Maduro, pela integridade física dos dois membros da oposição e sublinhando que desconhecem o local para onde foram transportados.
O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela justificou a condução coerciva de dois dirigentes da oposição por alegados preparativos de fuga, segundo os serviços de inteligência do país.
A prisão domiciliária de Leopoldo López e Antonio Ledezma foi revogada pelo STJ. Em comunicado, a instância judicial diz ter recebido "por fontes de inteligência oficial (serviços secretos), informações que dava conta de um plano de fuga desses cidadãos, pelo que, e com a urgência do caso, se activaram os procedimentos correspondentes".
A detenção dos dois dirigentes oposicionistas está a suscitar uma vaga de protestos em diversas capitais ocidentais e países da América Latina, exigindo a sua libertação.
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