08 ago, 2017 - 09:29
As imagens publicadas nas redes sociais podem indicar se as pessoas estão tristes ou alegres e até detectar uma depressão antes até de ser diagnosticada pelo médico. É a conclusão de um estudo norte-americano divulgado esta terça-feira.
Investigadores de duas universidades norte-americanas concluíram uma aplicação colocada no computador consegue detectar mais rapidamente a depressão do que o diagnóstico clínico, através de um algoritmo.
"Isto leva a um novo método para detectar precocemente” a doença “e outras doenças mentais emergentes", considera Chris Danforth, professor da Universidade de Vermont, que liderou o estudo com Andrew Reece, da Universidade de Harvard.
Os dois indicam, segundo o trabalho publicado no jornal “EPJ Data Science”, que a taxa de detecção de 70% dos computadores é mais fiável que o sucesso de 42% dos casos por parte dos médicos de medicina geral.
Pessoas deprimidas publicam fotos com menos brilho
Para a investigação, os responsáveis pediram a ajuda de voluntários, que compartilharam o seu Instagram e o historial de saúde mental. Recolheram 43.950 fotografias de 166 pessoas, metade das quais disseram ter estado clinicamente deprimidas nos últimos três anos.
Analisando as fotografias, utilizando informação psicológica sobre a preferência das pessoas pelo brilho, cor e sombra, os investigadores concluíram que pessoas mais deprimidas tendiam a publicar fotografias em média mais melancólicas, mais escuras e com menos qualidade do que as publicadas por pessoas saudáveis.
E também descobriram que pessoas saudáveis usavam filtros que dão às fotografias um tom mais quente e brilhante. Nas pessoas deprimidas o filtro mais popular é o que faz as fotografias ficarem a preto e branco.
"Por outras palavras, as pessoas que sofrem de depressão têm mais tendência para escolher um filtro que literalmente tira a cor das imagens que querem partilhar", disseram os investigadores.
Faces nas fotografias partilhadas também são um indicador. De acordo com o estudo as pessoas deprimidas são mais propensas a publicar fotografias com caras, mas por norma com menos caras do que as que publica o grupo considerado saudável. Entendem os responsáveis que menos rostos podem indicar que as pessoas deprimidas interagem menos.
O estudo incluiu a análise das fotografias por parte de voluntários, dizendo se pertenciam a pessoas deprimidas ou não, mas os resultados não foram tão eficazes como os do modelo estatístico testado pelo computador.
Os investigadores entendem que este tipo de aplicação tem o potencial de ajudar as pessoas no início da doença mental, evitando diagnósticos falsos, e apoiar uma detecção precoce, especialmente para os que não têm acesso a especialistas.