09 ago, 2017 - 18:50
O bispo de Bangassou, na República Centro-Africana, Juan Jose Aguirre, diz que foi atacada uma missão em Gambo, a 75 quilómetros de Bangassou.
“A missão de Gambo foi saqueada, 50 pessoas foram mortas”, referiu, citado pelo "Vatican Insider".
Numa série de mensagens enviadas ao irmão, Juan Jose Aguirre adiantou que “várias pessoas foram assassinadas, incluindo mulheres e crianças”.
Segundo a mesma fonte, milicianos islâmicos têm também impedido a entrada na Catedral de Bangassou. “Há três domingos que não conseguimos abrir”, disse.
O bispo tem estado cercado por grupos radicais muçulmanos. Juan Jose Aguirre está barricado com outros três padres. “Precisamos das vossas orações”, escreveu.
Numa última mensagem, o bispo de Bangassou alertou que agora era a missão de Bema que estava em risco de ser atacada.
O prelado dos Missionários Combonianos já teve de ser resgatado em Maio, numa missão em que participaram comandos portugueses.
O Papa Francisco mostrou-se, esta quarta-feira, preocupado pela situação na República Centro-Africana de onde chegam notícias de “violências homicidas” contra os cristãos no país.
“Fiquei profundamente entristecido pelo massacre que aconteceu no último domingo na Nigéria, dentro de uma igreja, onde foram mortas pessoas inocentes”, disse, perante mais de 7 mil pessoas reunidas na sala Paulo VI, para a audiência pública semanal. “Infelizmente”, acrescentou, esta manhã chegaram notícias de “violências homicidas” contra os cristãos na República Centro-Africana.
O Papa deixou votos de que cessem “todas as formas de ódio e violência” e não se repitam “crimes tão vergonhosos, perpetrados em locais de culto, onde os fiéis se reúnem para rezar”.
“Pensemos nos nossos irmãos e irmãs da Nigéria, da República Centro-Africana, rezemos todos juntos por eles”, pediu aos participantes na audiência geral, com quem recitou uma Avé-Maria
O confronto entre as milícias anti-balaka, cristãs, e os seleka, muçulmanos, terá sido agravado pela intervenção de soldados egípcios das forças coordenadas pela ONU, ao permitirem o regresso a Gambo de fundamentalistas islâmicos que deixaram um rasto de destruição.