09 ago, 2017 - 12:57
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O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, afirmou esta quarta-feira que o Presidente Donald Trump tentou enviar uma mensagem forte à Coreia do Norte quando disse que aquele país enfrentaria “fogo e fúria” se continuasse a ameaçar os Estados Unidos.
Em declarações aos jornalistas antes de aterrar em Guam, uma pequena ilha dos Estados Unidos no meio do Pacífico que o regime da Coreia do Norte ameaçou atacar, Tillerson afirmou que a retórica de Pyongyang tornou-se mais agressiva com a oposição internacional ao seu programa nuclear.
“Penso por isso que o que o Presidente está a fazer é a enviar uma mensagem forte à Coreia do Norte numa linguagem que Kim Jong-un compreenda, porque ele parece não compreender a linguagem diplomática”, disse Tillerson citado pela Reuters.
Tillerson diz que não acredita que haja uma ameaça iminente da Coreia do Norte. “Penso que os americanos devem dormir bem à noite e não ter preocupações sobre esta retórica particular dos últimos dias”, afirmou.
“Penso que o Presidente estava apenas a reafirmar a capacidade dos Estados Unidos para se defenderem completamente de qualquer ataque, tal como os seus aliados, e que assim faremos”, disse.
Momentos depois dos comentários de Tillerson, Trump recorreu ao Twitter para voltar ao tema Coreia do Norte.
"A minha primeira ordem como Presidente foi renovar e modernizar o nosso arsenal nuclear. É agora muito mais forte e mais poderoso do que alguma vez foi”, disse num primeiro "tweet". E acrescentou: "Esperemos que nunca tenhamos que usar este poder, mas nunca haverá uma altura em que não sejamos a nação mais poderosa do mundo!"
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, no sábado, novas sanções contra a Coreia do Norte, que podem representar um corte de um terço de todas as exportações da Coreia do Norte, num valor de 2,5 mil milhões de euros.
Pyongyang não dá sinais de recuar nem de abdicar do seu programa de armas nucleares. Diz que as sanções são uma "violação flagrante da soberania" do país e avisa que os EUA vão "levar uma lição severa" se decidirem atacar a Coreia do Norte.
“Fogo e fúria como o mundo nunca viu”
Na terça-feira, Donald Trump afirmou que a Coreia do Norte irá enfrentar "fogo e fúria como o mundo nunca viu" se voltar a ameaçar os Estados Unidos. “É melhor que a Coreia do Norte não faça mais ameaças aos Estados Unidos. Irão enfrentar fogo e fúria como o mundo nunca viu”, disse.
As declarações do Presidente norte-americano foram proferidas pouco depois de o jornal “Washington Post” ter noticiado que o regime de Pyongyang já possui uma ogiva pequena o suficiente para ser disparada por um míssil.
O secretário de Estado norte-americano tinha afirmado na segunda-feira, em Manila, nas Filipinas, que está disposto a sentar-se à mesa com o regime de Kim Jong-un.
“É uma oportunidade para a Coreia do Norte mostrar que está preparada para conversar e parar o lançamento de mísseis. Estas negociações não têm um prazo do tipo: ‘dentro de 30 dias estaremos prontos a falar’. Não é assim tão simples. Tem tudo a ver com a forma como a Coreia do Norte vai abordar o diálogo”, afirmou Rex Tillerson.
Coreia do Norte ameaça Guam
Depois das palavras duras de Trump, a Coreia do Norte anunciou que está a “examinar cuidadosamente” um plano de ataque com mísseis contra Guam.
Um porta-voz do Exército da Coreia do Norte afirma, em comunicado divulgado pela agência de notícias estatal, que o plano de ataque poderá ser posto em prática “em qualquer momento”, assim que o líder Kim Jong-un tomar a decisão.
Noutro comunicado de outro porta-voz militar, Pyongyang também avisa que pode realizar uma operação preventiva se os EUA mostrarem sinais de provocação.