14 ago, 2017 - 23:29
O autor do ataque em Charlottesville, nos Estados Unidos, é um admirador da ideologia nazi e de Adolf Hitler, de acordo com relatos agora conhecidos.
James Fields visitou há dois anos o campo de concentração de Dachau, na Alemanha. Nessa viagem de estudo disse a um colega de escola que “foi aqui que a magia aconteceu”, numa referência ao holocausto nazi.
Vários alunos do liceu da cidade de Union, no estado do Kentucky, recordam James Fields como um jovem zangado, que falava de Adolf Hitler e dos nazis com admiração.
Durante a viagem de 2015 à Europa, chegou mesmo a cuspir num memorial de guerra russo na Alemanha, contou à agência Reuters um colega que conhece James Fields desde os tempos de infância.
No campo de concentração de Dachau, Fields parecia “uma criança num parque de diversões”, disse o mesmo colega, que pediu para não ser identificado por receio de represálias.
“Ele lia excertos do livro ‘Mein Kampf’ e ouvia música de propaganda nazi durante a noite”, recorda a mesma fonte.
O suspeito de atropelar manifestantes anti-racismo em Charlottesville, no sábado, compareceu esta segunda-feira perante um juiz, através de vídeo-conferência.
James Fields, de 20 anos, foi acusado de matar uma mulher e de ferir 19 pessoas, e vai aguardar o desenrolar do processo na prisão.
O Presidente norte-americano condenou esta segunda-feira a extrema-direita e os racistas norte-americanos, dois dias depois de um ataque "horrível" levado a cabo por um simpatizante neonazi ter feito um morto em Charlottesvile, no estado da Virgínia.
"O racismo é malvado e todos aqueles que causam violência em seu nome são criminosos e bandidos, incluindo o KKK [Ku Klux Klan], neonazis, supremacistas brancos e outros grupos de ódio que são repugnantes para tudo o que valorizamos enquanto americanos”, disse Donald Trump, na Casa Branca.
O Presidente norte-americano voltou a falar do tema depois das críticas à sua reacção inicial, em que não condenou explicitamente os racistas.