19 ago, 2017 - 14:58
Younes Abouyaaqoub é o nome do mais recente suspeito do ataque na Praça Catalunha, em Barcelona, na quinta-feira à tarde. Tem 22 anos, vivia na localidade de Ripoll (onde já foram detidas três pessoas) e nasceu em Marrocos.
São estas as informações conhecidas sobre aquele que terá sido o condutor da carrinha Fiat branca que se lançou sobre a multidão, matando 13 pessoas e deixando mais de 100 feridas.
É a mais recente suspeita da polícia catalã (Mossos d’Esquadra), que começou por suspeitar de Driss Oukabir, um marroquino de 28 anos entretanto detido, e depois do irmão, Moussa Oukabir, de 17 anos.
Mas concluiu-se depois que Moussa Oukabir era um dos indivíduos mortos pela polícia durante o ataque. Said Aallaa, de 19 anos (abatido nas Ramblas), e Mohamed Hychami, de 24 (em Cambrils), foram os outros corpos identificados. Restam dois dos cinco suspeitos abatidos.
Entretanto, a polícia deteve quatro homens (de 21, 27, 28 e 34 anos), três marroquinos e um espanhol. As autoridades acreditam que estes homens faziam parte de uma célula terrorista de 12 pessoas, que estariam a preparar um grande atentado numa casa em Alcanar.
Younes Abouyaaqoub também tem nacionalidade marroquina e há muito que vivia em Ripoll, na província catalã de Girona, onde frequentou o ensino secundário. Segundo testemunhos ouvidos pela imprensa espanhola, fazia uma vida normal e dava-se sobretudo com outros jovens de origem marroquina.
A polícia terá encontrado documentos de identificação de Abouyaaqoub dentro da carrinha interceptada pela Mossos, depois do atropelamento na Praça da Catalunha. Crê-se agora que, depois da explosão em Alcanar (na quarta-feira), Abouyaaqoub se separou do resto da célula terrorista e levou a cabo o ataque nas Ramblas.
Esta Islâmico reivindica atropelamento de Cambrils
O autodenominado Estado Islâmico reivindicou este sábado o ataque de sexta-feira na estância balnear de Cambrils, onde um veículo subiu o passeio da marginal e atropelou várias pessoas antes de embater numa viatura policial.
O grupo terrorista já tinha reivindicado o atentado do dia anterior, em BarcelonaDiz agora, comunicado divulgado pela sua agência de propaganda, a Amaq, que "dois esquadrões de 'jihadistas'" levaram a cabo os dois ataques que tinham como alvos "concentrações de cruzados".
Na madrugada de sexta-feira, um Audi A3 avançou sobre os transeuntes que passeavam na marginal de Cambrils, matando uma pessoa e ferindo 15.
Depois de embater numa viatura da Mossos d’Esquadra, houve um tiroteio, em que os cinco ocupantes do Audi, munidos de falsos coletes de explosivos, um machado e facas, foram mortos.
Espanha mantém nível 4 de alerta terrorista
O Governo espanhol decidiu manter o nível 4 de alerta terrorista, depois de uma reunião extraordinária convocada pelo Ministério da Administração Interna com os responsáveis máximos da luta antiterrorismo, na sequência dos atentados em Barcelona.
A decisão foi tomada por unanimidade, anunciou o ministro Juan Ignacio Zoido, explicando que o nível 5 (que significa “risco iminente de atentado”) implicaria, por exemplo, mobilizar as Forças Armadas para as ruas.
Foi, contudo, decidido implementar “medidas adicionais” de segurança: reforço da segurança em locais e eventos com maior afluência de pessoas, com ênfase nos locais turísticos; melhorar a “prevenção de potenciais alvos de ataques”; reforçar os “dispositivos de reacção face a um hipotético atentado” e ainda “estreitar a colaboração com as polícias locais”, de modo a “integrá-las, na medida das suas competências”, na luta antiterrorista.
O nível 4 de alerta terrorista está em vigor em Espanha desde Junho de 2015, na sequência dos atentados consecutivos em Tunes, França Kuwait e Somália.