23 ago, 2017 - 12:03
Abdelbaki Es Satty, o imã de Ripoll apontado como o cérebro da célula responsável pelos atentados na Catalunha, teve ordem de expulsão de Espanha, mas esta não foi concretizada. O juiz revogou o pedido com o argumento de que não era uma "ameaça real".
O jornal espanhol “El Mundo” escreve que em Março de 2015 o magistrado Pablo de la Rubia, do julgado contencioso-administrativo de Castellón, revogou o pedido por entender que o crime pelo qual ele deveria ser expulso (tráfico de droga) era "um facto criminal único”.
Argumentou também que Satty teria demonstrado "esforços para se integrar na sociedade espanhola", avança o jornal que teve acesso à sentença.
A ordem de expulsão coincidiu com a condenação a quatro anos de prisão por tráfico de droga e deveria ter sido executada quando o imã saiu da prisão, a 29 de Abril de 2014.
O advogado de defesa recorreu do pedido de expulsão, alegando direitos de protecção internacional para o réu e, embora a Subdelegação do Governo em Castellón tenha rejeitado o recurso, o juiz Pablo de la Rubia aceitou.
Com a decisão do juiz, Satty podia circular livremente por todo o país, assim como pelos restantes Estados-membros da União Europeia. A sentença deixa claro que para Pablo de la Rubia o marroquino, residente em Espanha desde 2002, não era considerado um perigo e estava completamente integrado.
Na semana passada, Espanha foi alvo de dois ataques terroristas, em Barcelona e em Cambrils, na Catalunha, que fizeram 15 mortos e 135 feridos. A lista de vítimas mortais do ataque em Barcelona incluiu duas portuguesas, uma de 74 anos, residente em Lisboa, e a sua neta, de 20.
Em Barcelona, o ataque ocorreu na quinta-feira à tarde, dia 17, nas Ramblas, uma avenida muito frequentada por turistas.
Na madrugada de sexta-feira, dia 18, cinco homens num automóvel atropelaram um grupo de pessoas em Cambrils, uma estância balnear a cerca de 100 quilómetros de Barcelona, fazendo um morto e cinco feridos.
Os dois ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.