28 ago, 2017 - 21:14 • Liliana Monteiro , José Carlos Silva
O furacão, que depois passou a tempestade, “Harvey” é um dos maiores desastres naturais da história dos Estados Unidos, declarou esta segunda-feira o governador do estado do Texas, Greg Abbott.
O temporal deixou um cenário de destruição, provocou pelo menos seis mortos, deixou milhares de pessoas desalojadas e o pior ainda não passou, uma vez que são esperadas mais cheias.
“Este não é o maior, mas é um dos maiores desastres que a América já enfrentou. Mas a resposta pronta das autoridades não teve paralelo”, declarou o governador do estado do Texas, em conferência de imprensa.
Greg Abbott agradece a todas as pessoas que estão a ajudar e anunciou que o México ofereceu auxílio ao estado do Texas.
“Cada vez que vejo os desafios colocados ao Texas, fico sempre impressionado com a forma como todos respondem. Tiram os barcos de casa, ajudam… Há tantos heróis em Houston”, assinalou o governador.
Depois da passagem do “Harvey” pelo Texas, 30 mil pessoas terão de ser realojadas temporariamente em centros de acolhimento.
A cidade de Houston, a quarta mais populosa dos EUA, com 4,5 milhões de habitantes, é a mais atingida pelo temporal.
O governo federal já revelou que vai cobrir 75% do custo de algumas medidas de protecção.
Depois do Texas, o Louisiana está em estado de emergência por causa da tempestade “Harvey”, que regista o nível 4 numa escala de 5.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, promete “total apoio” para a recuperação da destruição provocada pelo furacão “Harvey” no estado do Texas.
Em conferência de imprensa esta segunda-feira na Casa Branca, Donald Trump garantiu que vai colocar todos os seus activos e meios à disposição dos responsáveis do Texas e do Louisiana, os dois estados afectados pelo pior temporal dos últimos anos.
Trump visita o Texas esta terça-feira e no sábado desloca-se à Louisiana, outros dos estados no caminho do "Harvey", um furacão que agora passou a tempestade tropical.
A culpa é das alterações climáticas?
A Renascença falou com Barry Keim, o climatólogo oficial do estado da Louisiana, que descreve a dimensão do furacão “Harvey”, que depois passou a tempestade.
“Não voltámos a ter um grande furacão e, quando digo grande, digo nível 3 ou maior. Não tivemos um grande furacão desde 2005, altura em que tivemos o ‘Katrina’, no Louisiana. Entre as três tempestades de maior dimensão está também a ‘Wilma’, em Outubro de 2005. Foi a primeira vez que tivemos um grande furacão a atingir a costa dos Estados Unidos."
A cidade de Houston, com quatro milhões e meio de pessoas, é a quarta maior dos EUA e a mais atingida pelo temporal "As ruas estão inundadas e a as pessoas isoladas em casa porque as inundações eram muitas”, refere Barry Keim.
O estado do Louisiana foi um dos mais afectados, há mais de uma dezena de anos, pelo “Katrina” e está agora muito melhor preparado para enfrentar o furacão “Harvey”, garante o especialista.
“Absolutamente, estamos melhor preparados do que há 15 anos. Tivemos a repetição de várias tempestades e, como resultado, melhorámos as evacuações e a reacção a estes casos.”
Sobre se o “Harvey” será ou não o primeiro teste ao Presidente Donald Trump, que rejeitou o acordo de Paris sobre alterações climáticas, Barry Keim é diplomático.
“Se me pergunta se isto tem a ver com as mudanças climáticas, a minha resposta é: não sei. Temos uma longa história de grandes tempestades e furacões. Cada um é único e tem as suas características. Este, por exemplo, traz com ele mais chuvas e os danos vão ser provocados por isso. Há algumas circunstâncias ligadas às alterações climáticas, mas repito que temos uma longa tradição de tempestades fortes”, refere Barry Keim.