30 ago, 2017 - 08:14
A tempestade “Harvey” (que chegou a terra na qualidade de furacão) já matou 18 pessoas no estado norte-americano do Texas. A actualização é feita pelo Instituto de Ciências Forenses do condado de Harris, que confirmou três novas vítimas mortais na cidade de Houston.
São elas uma mulher de 89 anos (encontrada a flutuar na água com 1,2 metros de altura na sua casa), outra de 76 anos (encontrada em condições semelhantes perto de um veículo) e um homem de 45 anos (que deixou a viatura e caiu nas águas das cheias).
O número de vítimas mortais deverá aumentar mais, dado que muitos dos corpos terão sido arrastados pelas águas e ainda não foram encontrados.
A chuva que caiu em Houston, a quarta cidade mais populosa dos EUA (2,3 milhões de habitantes), desde a chegada do “Harvey” (furacão de categoria 4 numa escala de 5, que se transformou em tempestade tropical e depois em tempestade) atingiu a altura de 127 centímetros em quatro dias, causando inundações sem precedentes.
A tempestade deverá agora dissipar-se e as chuvas deverão terminar até quinta-feira.
Perto de 10 mil pessoas resgatadas
Entre nove mil e 10 mil pessoas foram resgatadas desde a chegada do “Harvey”, há três dias, pelas centenas de pessoas – incluindo voluntários – que se empenharam no salvamento das populações afectadas.
Segundo a CNN, pelo menos três mil pessoas foram resgatadas pela polícia, entre três mil e quatro mil pelos bombeiros e mais de três mil pela Guarda Costeira.
A contagem ainda não parou, dado que são muitas as pessoas ainda encurraladas nas suas casas.
“A cada hora que passa, saem mais barcos para a água” para as operações de socorro e resgate, afirma o chefe da polícia, Art Acevedo, acrescentando: “Isto é catastrófico”.
“Harvey” entre as tempestades mais caras dos EUA
Os prejuízos provocados pela tempestade “Harvey”, que também ameaça o estado do Luisiana, foram estimados em 42 mil milhões de dólares (35 mil milhões de euros).
A confirmar-se o valor avançado pelo fundador da agência de modelização Enki Research, Chuck Watson, o “Harvey” entra no top 4 das tempestades mais caras nos Estados Unidos.
No primeiro lugar da listagem continua o “Katrina” (2005), com um custo de quase 99 mil milhões de euros (118 mil milhões de dólares). Seguem-se o “Ike” (2008), com pouco mais de 36 mil milhões de euros, o “Harvey” e o “Wilma” (2005), com 31.804 mil milhões.
No caso do “Harvey”, o resultado dos cálculos passou rapidamente de 30 mil milhões para 42 mil milhões de dólares depois das inundações que atingiram o estado vizinho do Luisiana e de as medidas tomadas para conter o avanço das águas se revelarem insuficientes.
O essencial das operações está focado na retirada das populações e no socorro aos afectados, mas a questão do impacto sobre a economia do Texas - o segundo maior estado dos EUA, em termos de superfície e população – vai impor-se.
“Se Harvey fosse uma tempestade como as outras, falaríamos de estragos em torno dos quatro mil milhões de dólares”, afirmou Chuck Watson. “Seria trágico para as pessoas afectadas, mas não se falaria do impacto no conjunto da economia”, acrescentou.
Durante a visita que fez, na terça-feira às zonas mais afectadas, o Presidente norte-americano admitiu que os estragos provocados poderão ser os mais elevados de sempre nos Estados Unidos.
“Provavelmente, nunca houve nada tão dispendioso na história do nosso país ou algo tão histórico em termos de estragos e ferocidade”, afirmou Donald Trump, avisando que a reconstrução vai demorar muito tempo.
A economia do Texas, onde estão muitas das instalações de petróleo e gás e com dimensão superior à do Canadá ou da Coreia do Sul, é das mais importantes nos Estados Unidos, logo a seguir à Califórnia.
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