06 set, 2017 - 16:35
O furacão Irma já destruiu os quatro edifícios mais sólidos de Saint-Martin nas caraíbas, segundo o ministro francês do Interior.
O furacão de categoria 5,é o mais violento das últimas décadas nas Caraíbas, com registo de inundações e ventos que rondam os 200 Km/h.
O “olho” do ciclone, com cerca de 50 quilómetros de diâmetro, permaneceu cerca de uma hora e meia sobre Saint-Barthélémy e de seguida atingiu Saint-Martin. De acordo com as autoridades, o mar “abate-se com extrema violência” sobre a costa e verifica-se uma “importante submersão das partes baixas do litoral”.
Na leitura do professor Filipe Duarte Santos – especialista em alterações climáticas – o planeta pode contar com uma maior frequência de furacões semelhantes ao Irma, ou seja, com ventos a ultrapassar os 250 quilómetros por hora. É uma consequência do aquecimento do planeta, diz.
“Os modelos dos ciclones tropicais indicam que os ciclones com ventos mais fortes e precipitação mais elevada, mas sobretudo os de nível 5, que têm ventos superiores a 252 quilómetros por hora e ventos mais fortes, se tornem mais frequentes.”
As alterações climáticas não devem causar – não se sabe ao certo – um aumento dos ciclones tropicais, mas de entre os que irão ocorrer no futuro o número dos que terão grande intensidade será maior.
O ciclone tropical ganha a sua energia a partir da energia térmica do oceano, pelo que quanto maior for a temperatura das águas superficiais do oceano, através dos quais o ciclone se desloca, maior é a intensidade dos ventos desse ciclone. O aumento da temperatura da água superficial dos oceanos, que se observa, devido às alterações climáticas é o que se pode dizer estar na origem desta previsão.