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EUA

“Quem não dispersar será detido”. A polícia avisou e cumpriu em St. Louis

18 set, 2017 - 09:41

A absolvição de um polícia branco acusado da morte de um jovem negro espoletou nova vaga de manifestações no estado norte-americano do Missouri.

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Foram vários os avisos. Nas ruas e nas redes sociais. “Os agentes policiais estão a dar várias ordens de dispersão. Quem não acatar está sujeito a ser detido”, lê-se em vários ‘posts’ publicados no Twitter no domingo, pela polícia de St. Louis.

Foram detidas mais de 80 pessoas depois de uma manifestação pacífica ter descarrilado para actos de violência cometidos por um pequeno grupo de resistentes.

Foi a terceira noite consecutiva de confrontos, na sequência da absolvição de um polícia branco acusado de matar um homem negro. Jason Stockley, um polícia de 36 anos, era acusado de homicídio em primeiro grau de Anthony Lamar Smith, de 24. O alegado crime foi cometido em 2011 e a absolvição foi conhecida na semana passada.

A manifestação começou por ser pacífica e estava já a acabar, mas permaneceu no local um pequeno grupo de pessoas que desafiou as ordens da polícia, repetindo o que já se tinha passado na sexta-feira e no sábado: começaram a partir janelas e tentaram bloquear uma importante auto-estrada.

Em resposta, a polícia lançou gás lacrimogéneo e começou a fazer detenções. Foram ainda confiscadas várias armas (incluindo pistolas) e uma série de garrafas de plástico com químicos atiradas contra os agentes.

“Isto deixou de ser um protesto pacífico”, afirmou a polícia através do Twitter, deixando por outro lado a garantia: “Estamos a controlar a situação. Esta é a nossa cidade e vamos protegê-la”.

Ao final da noite, a presidente da Câmara de St. Louis, Lyda Krewson, culpava um “grupo de agitadores” pela violência vivida e confirmava que “a grande maioria dos manifestantes é pacífica”.

Os protestos começaram na sexta-feira, pouco depois da divulgação da sentença. Nesse dia, foram detidas 33 pessoas e 10 agentes policiais ficaram feridos.

A violência renasceu no sábado à noite, quando cerca de 100 manifestantes – alguns armados com bastões ou martelos – partiram vidros e se envolveram em confronto com a polícia. Daqui resultaram, pelo menos, nove detenções.

Estes acontecimentos trouxeram à memória os conflitos de 2014, na sequência da morte de um outro jovem negro por um polícia branco, também em St. Louis (no subúrbio de Ferguson).

Comentários
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  • Horacio
    19 set, 2017 Lisboa 15:21
    Não há dúvida que existe um problema sério na sociedade americana quanto ao tratamento por a polícia de minorias .existe sim um grande problema quanto ao racismo neste país . Mas este caso não é um bom exemplo disto .o perseguido era um traficante de droga conhecido ,fugiu em alta velocidade e pôs em risco a vida de vários motoristas e pedestres .nao é difícil imaginar que o policial pensou que sua vida estava em perigo. um traficante de heroína americano raramente anda desarmado . Por isso eu não acredito que a polícia tenha plantado a arma neste caso ( eu digo neste caso porque existem outros casos onde isto supostamente aconteceu). em casos destes traficante de drogas contra o polícia dou o benefício da dúvida ao polícia . O motivo dos protestos e porque a população negra ,hispânica e imigrante está a ver seus direitos serem cada vez mais questionados neste país. E derepente qualquer caso de ação policial com morte é visto como mais um exemplo de tratamento diferenciado por parte das autoridades ,independente do mérito particular do caso. Os Estados Unidos são um grande país e em geral o bem predomina .mais sem dúvida existe um cancro fundo nesta sociedade de racismo que andava escondido desde a época áurea do Ku Klux Klan que agora está a ressurgir na forma da alt-right e neo nazistas e também de forma mais sutil no partido republicano e até na casa branca. Isto tudo é uma pena não só para eles ,mas para o mundo inteiro. É um perigo. Para eles nós somos hispânicos.
  • CAMINHANTE
    18 set, 2017 LISBOA 14:43
    Em todas as sociedades há os ricos, os abastados, os remediados, os pobres... ( não se está a discutir a justeza ou a hipotética resolução destas diferenças - é a realidade ). Pois se uma destas sociedades é dominada por gente de determinado grupo , politica ou economicamente ( ou as duas coisas), o grupo em desvantagem tenderá, inevitavelmente, em achar que toda e qualquer actividade ou decisão do grupo dominante é injusta e exploratória. Só se fala de racismo branco nos EUA ( claro que existe); mas também há´ racismo negro. Um problema de complexa gestão. Insiste-se na via das "integrações", só que muitos não estão verdadeiramente interessados em "integração" e sempre se considerarão vítimas. Ainda hoje, em Angola, por exemplo, são muitos os que cultivam e transmitem o ódio ao Português. Situações difíceis de ultrapassar. Talvez o tempo... embora existam "coisas" que nem o tempo parece resolver. São as dificuldades e contradições da Humanidade deste Planeta ( não sei dos outros).
  • Jose
    18 set, 2017 Sto Tirso 12:01
    É cada "bacorada"! Mas afinal aquela região, hoje chamada de EUA, não pertenceu primeiro aos índios: Sioux (região norte dos EUA) - Cheyenne (região centro-sul) - Apache (região sul) - Creek (região sudeste) - Kaw (região central) - Arapaho (região central) - Comanche (região sul) - Cherokee (costa leste) - Navaho (região sudoeste)?!...Essa região não lhe foi roubada e eles chacinados, por foragidos e cristianíssimos ingleses, irlandeses e outros idênticos? Afinal como é?!
  • tuga
    18 set, 2017 lisboa 10:46
    Mas estes gajos invadem os países para fazerem distúrbios??? Tudo recambiado para africa e acaba-se os racismos.

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