28 set, 2017 - 23:14 • Pedro Mesquita
Onde estão os boletins? Centenas de estudantes repetem incessantemente esta pergunta num cântico. Estão, há vários dias, concentrados junto à Universidade de Barcelona, em defesa do “sim” à independência.
A verdade é que, apesar de milhares de boletins de voto terem sido já confiscados pela policia, há um que chega às mãos do enviado da Renascença a Barcelona: “Quer que a Catalunha seja um estado independente em forma de república?” Sim ou não?
A grande questão, por agora, é se vai, ou não, concretizar-se o referendo no próximo domingo? A polícia tem ordem para travar a consulta popular.
Admite-se que escolas e institutos, onde está prevista a colocação das mesas de voto, sejam encerradas.
Monce, uma das estudantes, diz, contudo, que já foi pensada uma solução: “Queremos instalar-nos nesses centros antes da policia, para garantir que não são encerrados”.
Replicam-se em Barcelona as manifestações pelo “sim” à independência. Já os defensores do “não”, quase não se vêem. Tem havido uma ou outra concentração mas pouco participadas.
Entrevistado pela Renascença, Paul Gibert, deputado do Partido Socialista da Catalunha (contra a realização deste referendo), explica que, se a consulta foi declarada inconstitucional, não há motivo para campanhas.
O presidente do Governo catalão prometeu declarar unilateralmente a independência, se o “sim” vencer e Madrid não ceder, mas Paul Gibert não tem duvidas: o Tribunal Constitucional irá considerar nula a eventual declaração unilateral de independência da Catalunha.