03 out, 2017 - 20:34
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O Rei de Espanha fez esta noite um discurso ao país em que criticou duramente as autoridades da região autónoma da Catalunha que promoveram um referendo sobre a independência, contrariando as ordens do Governo central e do tribunal constitucional em Madrid.
No discurso transmitido em directo na televisão a partir do palácio de Zarzuela, Felipe VI culpou os independentistas por deixarem uma sociedade “fracturada”.
“Hoje a sociedade catalã está fracturada. As autoridades menosprezaram os afectos e os sentimentos de solidariedade que unem o conjunto dos espanhóis. Com a sua conduta irresponsável podem, inclusivamente, pôr em risco a estabilidade económica e social da Catalunha e de toda a Espanha”, disse o Rei.
O rei deixou três ideias fortes - unidade, tranquilidade para todos os catalães e defesa da legalidade da autonomia da Catalunha, contra as decisões da Generalitat que estão à margem das leis e da constituição espanhola. Felipe VI acusa ainda os responsáveis catalães de uma "falta de lealdade inadmissível" e classificando a situação naquela região como "muito grave".
"Toda esta situação é o culminar de uma
intenção inaceitável de apropriação das instituições históricas da Catalunha.
Essas autoridades, colocaram-se de forma clara à margem do direito e da
democracia. Pretenderam quebrar a unidade de Espanha e a soberania nacional -
que é o direito de todos os espanhóis, a decidir democraticamente sobre a sua
vida em comum."
Sem nunca referir os episódios de violência entre polícia e independentistas, que revoltaram muitos catalães e correram mundo, o Rei comprometeu-se a continuar a servir “a unidade e a permanência de Espanha”.
"Nesse caminho, nessa Espanha melhor, que todos desejamos também estará a Catalunha. Termino dirigindo estas palavras a todo o povo espanhol, para sublinhar, mais uma vez, o compromisso firme da Coroa com a constituição e com a democracia. Defendo o entendimento e a concórdia dos espanhóis e o meu como compromisso - enquanto rei, com a unidade e a permanência de Espanha."
[Notícia actualizada às 21h00]