06 out, 2017 - 07:42
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A agência de notação financeira Fitch coloca a Catalunha em perspectiva negativa devido à tensão política gerada pelo referendo, enquanto a agência norte-americana Standard & Poor's ameaça degradar o "rating" da região.
Uma eventual declaração de independência por parte do Governo da Catalunha está a provocar receios junto dos bancos e das empresas, que admitem deixar Barcelona.
É o caso do CaixaBank, o dono do português BPI deve anunciar, esta sexta-feira, a decisão de mudar a sede do banco para Palma de Maiorca, nas Baleares. O banco Sabadell já aprovou a saída para Alicante.
Também um grande grupo têxtil catalão já mudou a sua sede social para Madrid. Mas a farmacêutica Oryzon Genomics foi a primeira empresa a anunciar a sua saída da Catalunha ao dizer que, com esta decisão, “quer optimizar as suas operações e relações com os investidores”.
Entretanto, o Governo espanhol prepara-se para aprovar legislação que facilite estas mudanças.
Desde 2008, a região já perdeu mais de 2.500 empresas devido à instabilidade política, mas agora o risco é maior.
De acordo com o presidente dos Empresários da Catalunha, desde 2008, a região perdeu quase oito mil empresas e entraram pouco mais de cinco mil, ou seja, saíram 2.624 negócios devido à instabilidade política.
Regresso à legalidade
Na última noite, o presidente do Governo espanhol voltou a apelar aos dirigentes catalães para que regressem à legalidade.
"A melhor solução, e acho que todos nós concordamos, é o retorno à legalidade, que é que todas aquelas pessoas e governantes que decidiram por sua própria conta e risco liquidar a lei e colocar-se fora dela, retornem à legalidade", disse Mariano Rajoy.
Para o presidente do Governo espanhol, este retorno à legalidade também deve "suprimir" o projecto para fazer uma declaração unilateral de independência e cumprir, "como todos os cidadãos fazem", os preceitos legais.
No início da semana, o presidente do Governo Regional da Catalunha tinha anunciado a intenção de marcar presença na sessão plenária do parlamento regional, na próxima segunda-feira. Carles Puigdemont pretendia legitimar os resultados e consequências do referendo independentista, considerado ilegal por Madrid, e que se realizou no passado dia 1 de Outubro.
Nesta consulta popular, que também tinha sido suspensa e declarada ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol, mas que acabou por ser levada a cabo, terão participado 2,2 milhões de pessoas num total de 5,3 milhões (ou seja, cerca de 42% de afluência às urnas), com 90% dos votos a favor da independência, segundo revelou o Governo regional da Catalunha.