07 out, 2017 - 22:36
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O chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, deixa um aviso aos que pretendem a independência: “Que tenham a total e absoluta certeza que 0 Governo vai impedir que qualquer declaração de independência se traduza em alguma coisa. Espanha vai continuar a ser Espanha e vai continuar a sê-lo durante muito tempo".
Rajoy admite que pode recorrer à Constituição para suspender a autonomia da Catalunha, caso seja declarada a independência, e deixou um apelo aos catalães "moderados" para que afastem os radicais.
Estes são os primeiros dados da entrevista do primeiro-ministro espanhol ao diário “El Pais”, que é publicada este domingo.
Rajoy reafirmou ainda vai manter a polícia nacional na Catalunha até que a situação regresse à normalidade.
O primeiro-ministro exclui qualquer mediação - como sugeriu a Suíça - para mediar a crise com aquela província autonómica, argumentando que “para dialogar, é preciso agir dentro da legalidade”.
Ao mesmo tempo que a edição online do diário espanhol publicava os primeiros dados da entrevista, Carles Puigdemont, presidente do governo catalão, falou à televisão catalã para dizer que “a chave para resolver o conflito é a auto-determinação” da Catalunha.
Este sábado foi também de manifestações mas, desta vez, nem a favor nem contra a independência da Catalunha. O que largos milhares de pessoas disseram nas ruas de várias cidades espanholas, incluindo Barcelona, foi que a situação não se pode degradar mais e que o diálogo deve prevalecer face às posições extremadas dos últimos dias.
Vestidos de branco, sem bandeiras ou outros símbolos que identificassem qualquer uma das partes, os manifestantes usaram palavras de ordem como “A Espanha é melhor que os seus lideres” e “Vamos falar”.
À margem das manifestações - e a três dias do discurso em que o presidente catalão deverá declarar a independência, sucedem-se as noticias sobre empresas que vão retirar as suas sedes da Catalunha. A mais recente é a empresa “Aguas de Barcelona”, que prepara a sua mudança para Madrid. Em apenas uma semana, são já cerca de uma dezena as grandes empresas ou bancos que anunciaram a sua intenção de deixar a Catalunha.
A justiça espanhola considerou ilegal o referendo para a independência convocado para 1 de Outubro pelo governo regional catalão. O dia acabou por ser violento com quase 900 feridos.
Segundo dados da Generalitat, 43,03% dos 5,3 milhões de eleitores conseguiram votar e 90,18% deles votaram a favor da independência.