08 out, 2017 - 21:26
Veja também:
O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, insiste que aplicará "o que diz a lei" catalã do referendo, suspensa pelo Tribunal Constitucional, que prevê a declaração da independência após o anúncio dos resultados oficiais do referendo de 1 de Outubro.
"A declaração de independência, a que nós não chamamos declaração 'unilateral' de independência, está prevista na lei do referendo como aplicação dos resultados. Aplicaremos o que diz a lei", assegurou Puigdemont no programa "30 minutos", que será transmitido pela estação televisiva autonómica TV3 e cujo conteúdo, gravado nos últimos dias, foi parcialmente divulgado.
O dirigente catalão admitiu também não ter contacto com o Governo central: "Há algum tempo que não temos, porque eles se recusam a falar sobre este tema. Eles queriam que não se falasse deste tema".
"O que está a acontecer na Catalunha é real, gostem ou não. São milhões de pessoas que votaram, que querem decidir, temos que falar disto. De que é que pensam que havemos de falar? Porque é que pensam que as pessoas se mobilizam? As pessoas não se movem e fazem frente à violência policial por uma reforma do modelo de financiamento. Sejamos honestos todos juntos. Temos que falar da Catalunha, e não querem falar dela", frisou Puigdemont, cujo Governo (Generalitat) considerou válido o referendo cuja realização foi proibida pelo Tribunal Constitucional e que o executivo de Madrid considera estar manchado por uma série de irregularidades.
As tensões entre Madrid e os separatistas no poder na Catalunha desde o início de 2016 mergulharam o país na mais grave crise política desde o regresso da democracia em 1977.
A justiça espanhola considerou ilegal o referendo para a independência convocado para 1 de Outubro pelo governo regional catalão. O dia acabou por ser violento com quase 900 feridos.
Segundo dados da Generalitat, 43,03% dos 5,3 milhões de eleitores conseguiram votar e 90,18% deles votaram a favor da independência.