13 out, 2017 - 19:38
Pelo menos 540 empresas mudaram-se da Catalunha para outras regiões de Espanha desde o referendo de 1 de Outubro, a esmagadora maioria - 533 - entre segunda-feira e quarta-feira, segundo o registo comercial espanhol.
O número pode ser superior porque o número apurado até à passada quarta-feira, o último dia disponível, inclui dados de Barcelona, Girona e Tarragona, mas não de Lérida.
Em sentido contrário, desde dia 2 de Outubro, 22 empresas transferiram a sua sede social para a Catalunha, o que resulta num saldo negativo de 518.
O maior número de saídas -- 212 empresas -- ocorreu no dia 9 de Outubro, na véspera da sessão do parlamento catalão em que se esperava a declaração de independência.
A grande maioria das companhias que abandonaram a Catalunha - 501 - tinha a sua sede social em Barcelona, segundo dados oficiais espanhóis.
A Sociedade General de Águas de Barcelona (SGAB) e a Lleida.net, especializada na certificação e notificação eletrónica, são algumas das empresas que transferiram a sua sede para a capital espanhola, bem como o Grupo Planeta, o principal grupo editorial e audiovisual espanhol, o Gas Natural Fenosa ou os bancos Sabadell e CaixaBank.
No dia 2 de Outubro, o governo regional da Catalunha (Generalitat) anunciou que 90% dos catalães votaram a favor da independência no referendo, realizado na véspera, tendo exercido o direito de voto 42% dos 5,3 milhões de eleitores.
Esta terça-feira, o presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, anunciou no parlamento regional assumir "o mandato do povo" para que a região seja "um Estado independente", mas propôs a suspensão dos seus efeitos para procurar o diálogo com Madrid.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, deu na quarta-feira cinco dias ao presidente regional catalão para clarificar se declarou ou não a independência na região, no âmbito da aplicação do artigo 155.º da Constituição espanhola, que prevê a suspensão da autonomia da região.