16 out, 2017 - 08:01
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O líder catalão já respondeu ao chefe do Governo espanhol. Carles Puigdemont tinha até às 9h00 desta segunda-feira para responder a Madrid e clarificar se declarou ou não a independência da Catalunha, contudo a resposta foi inconclusiva.
De acordo com a carta escrita, que está a ser divulgada pela imprensa espanhola e internacional, Puigdemont propõe um encontro o mais depressa com Mariano Rajoy para iniciar um caminho de diálogo durante dois meses.
“A nossa disponibilidade de diálogo é sincera, apesar de tudo o que aconteceu”, escreve na missiva.
Se o líder do Governo catalão tivesse confirmado a declaração de independência, Madrid poderia recorrer ao artigo 155.º da Constituição, que permite suspender a autonomia da região.
O artigo 155.º da Constituição espanhola, nunca usado desde que o texto fundamental foi escrito e aprovado em 1978, permite a suspensão de uma autonomia e dá ao Governo central poderes para adoptar "as medidas necessárias" para repor a legalidade.
O processo independentista da Catalunha entrou num novo momento crítico na sequência da realização, a 1 de Outubro, de um referendo pela soberania na região, considerado ilegal pela justiça espanhola. Na consulta - organizada pelo governo regional e dirigido apenas aos catalães, o que contraria a Constituição - o "sim" ganhou com 90% dos votos, mas os resultados não foram certificados por entidades independentes.
A votação ficou marcada por cargas policiais da Guardia Civil e da Polícia Nacional espanhola, que visavam impedir o referendo, uma vez que a polícia regional catalã, os Mossos d'Esquadra, não cumpriram uma ordem nesse sentido do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.
Segundos os serviços médicos da Generalitat, mais de 890 pessoas ficaram feridas nos confrontos.